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Número dois na hierarquia, diretor-executivo da PF deixa o cargo

Do UOL*, em São Paulo

10/06/2013 10h15Atualizada em 10/06/2013 16h08

O Diário Oficial da União publicou nesta segunda-feira (10) a exoneração do diretor-executivo da Polícia Federal, Paulo de Tarso Teixeira. Em seu lugar, foi nomeado para a função Rogério Viana Galloro.

A diretoria-executiva é o segundo posto mais alto no escalão da PF – fica abaixo apenas da diretoria-geral, a cargo de Leandro Daiello Coimbra.

Em nota, a Polícia Federal informou que Teixeira foi exonerado por ter recebido convite, em setembro do ano passado, para ser adido (representante) da PF em Portugal. Galloro, por sua vez, era adido da PF nos Estados Unidos havia dois anos e foi convidado para assumir a função no lugar de Teixeira. O texto diz ainda que a troca nas diretorias da PF "é prática comum dentro da normalidade administrativa do órgão".

É o diretor executivo quem assume a direção da PF quando o diretor-geral necessita se afastar do cargo ou é legalmente impedido de ocupá-lo. Com assento permanente no Conselho Superior de Polícia --entidade deliberativa que orienta as atividades policiais e administrativas e opina nos assuntos de relevância institucional-- compete ao diretor-executivo supervisionar as atividades das unidades descentralizadas da PF.
 
Galloro também poderá propor --no âmbito da PF-- diretrizes para o registro, controle e fiscalização de armas de fogo, explosivos, acessórios, munições e produtos químicos de uso controlado. Além disso, terá competência para aprovar planos de operações conjuntas com outras unidades ou órgãos governamentais, promovendo assim a integração de missões policiais.
 
As atribuições do cargo ainda preveem a responsabilidade por autorizar o credenciamento de empresas de transporte internacional e a concessão de licenças de funcionamento a empresas de  segurança privada e de transporte de valores, autorizando que elas adquiriam armas e munições.

Galloro já chefiou a Superintendência da PF em Goiás e foi nomeado, em dezembro de 2008, para o cargo de diretor de Administração e Logística Policial (Delog), em Brasília. 

Reportagem do jornal "O Estado de S.Paulo" de fevereiro de 2009 sobre os gastos de R$ 124 milhões do governo federal, em seis anos, com remoções de servidores federais, apontou o Departamento de Polícia Federal como um dos campeões de gastos com remoções.

À época, a reportagem destacou, pela PF, o caso de Galloro --que, da PF em Goiás para o Delog, recebera R$ 161.521,06 em 22 meses. Antes de Goiás, havia sido removido de Pernambuco.

A troca de comando na PF ocorre poucos dias após a saída da diretora da Funai, órgão que, assim como a PF, é subordinado ao Ministério da Justiça. Em meio à crise indígena, a presidente da Funai (Fundação Nacional do Índio), Marta Azevedo, deixou o cargo na última sexta (7).

Em entrevista ao UOL, o presidente da Associação Nacional dos Delegados Federais, Marcos Leôncio Ribeiro, confirmou que a troca na diretoria era prevista havia pelo menos seis meses.

“Na verdade, talvez tenha faltado comunicação melhor desse evento. Não apenas estava prevista essa mudança há seis meses, como também era esperada a vinda do delegado Rogério Galloro para a diretoria –ele era adido em Washington”, disse.

Conforme o presidente da entidade, “outros diretores passarão por mudanças como essa”, tendo em vista, explicou, que são atualmente 13 adidâncias, e que, “a cada dois anos, as diretorias são trocadas”.

Sobre Galloro, o dirigente o classificou como "pessoa bastante experiente", uma vez que "já foi superintendente em várias unidades", e citou que é dele o projeto do novo modelo de passaporte, com chip. "Não vemos nenhum tipo de risco à função, pois entendemos que ele preenche os requisitos para ela", definiu.

O servidor da PF que se torna adido no exterior passa a integrar a embaixada brasileira no país para onde foi destinado. Lá, tem como missão atuar como uma espécie de facilitador entre as autoridades policiais daquele país e as do Brasil em casos em que isso seja necessário –especialmente na cooperação jurídica e policial entre os dois países.

Pela estimativa da associação dos delegados, Teixeira deverá assumir a adidância em Lisboa no final deste mês, ou, no máximo, início do próximo.

* Com reportagem de Janaina Garcia e informações da Agência Brasil