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Sessão da Câmara no interior do Paraná termina em quebra-quebra

Carlos Ohara

Do UOL, em Curiitba

28/11/2014 19h40

Dois vereadores do município de Itaperuçu, na região metropolitana de Curitiba (PR), viraram mesas e arremessaram cadeiras integrantes da Mesa Diretora durante a sessão do Legislativo realizada na noite de quinta-feira (27).

A fúria dos vereadores Pio Moraes e Derso Pontes --ambos do PP-- foi provocada pela nulidade da eleição que definiu a nova Mesa Diretoria para o biênio 2015/2016. Realizada em março deste ano, a eleição foi anulada porque um dos vereadores que votou foi preso pela PF (Polícia Federal) e afastado do cargo em outubro, acusado de falsificar uma edição do "Diário Oficial do Município" para ocupar uma cadeira na Câmara.

Moraes havia sido eleito presidente para o novo mandato e Pontes iria ocupar a primeira secretaria. Durante a leitura da decisão de invalidação da eleição, Moraes se descontrolou, deu um tapa na mesa que ocupava, ao lado de outros vereadores, se levantou e virou a mesa. Do outro lado da sala, Pontes também se levantou e virou a mesa. Moraes jogou um copo de água sobre a mesa e Pontes arremessou duas cadeiras em direção ao diretor da Câmara, Pedro Aparício, que fazia a leitura da decisão.

Enfurecidos, os dois vereadores passaram a gritar com dos demais vereadores. Mais exaltado, Pontes gritava "você não são homens? São sem-vergonha..", enquanto membros da mesa se refugiavam em uma sala ao lado.

Ele chegou a empurrar o vereador Nelson Adelino Dos Santos (PPS), conhecido como "Cascudo", que tentou contê-lo. Imagens da fúria dos vereadores foram registradas por Ivo Faria, que mantém um perfil no Facebook com notícias da cidade.

O UOL tentou conversar com os envolvidos na confusão e com vereadores que participaram da sessão. Nenhum deles foi encontrado. A maioria dos celulares estava desligado ou as chamadas eram encaminhadas para a caixa postal. O telefone da Câmara também não foi atendido.

Fraude

Em outubro, a PF prendeu o vereador José Augusto Liberato (SD) por ter fraudado o "Diário Oficial do Município", que é encartado em um jornal local.

Um encarte adicionado ao jornal, na edição numero 100 do periódico, trazia a publicação de uma emenda aumentando o número de vereadores, que passou de nove para 11 membros. A emenda chegou a ser votada e aprovada no legislativo antes da eleição, em outubro de 2012, mas não foi publicada.

Mesmo falsa, a publicação encartada levou a Câmara de Vereadores, Ministério Público e Justiça Eleitoral a autorizarem o aumento no número de parlamentares, dando posse à Liberato e à José de Freitas (PRB), que ficaram com a primeira e segunda suplência durante a eleição.

Os dois foram empossados em fevereiro de 2013, com salário de R$ 5.5 mil, carro e motorista particular. Em outubro, o dono do jornal disse que o encarte era falso e não havia circulado na edição original, que teria sido impressa em junho de 2012.

Liberato foi preso e a PF concluiu que Freitas não tinha participação na falsificação. Os dois políticos foram destituídos dos cargos  pela Justiça Eleitoral.