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Estou indignado com a corrupção, diz Lula em ato em defesa do governo

Do UOL, em São Paulo

31/03/2015 20h21Atualizada em 01/04/2015 19h48

Em discurso nesta terça-feira (31) para sindicalistas e lideranças políticas de esquerda no Sindicato dos Bancários de São Paulo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu a Petrobras, afirmando que os delatores da operação Lava Jato são "bandidos que passaram a virar heróis" para os partidos de oposição e que está "indignado" com a corrupção.

"Hoje, se tem um brasileiro indignado sou eu. Indignado com a corrupção." Lula também discursou em defesa da presidente Dilma Rousseff, que vem sendo alvo de uma onda pró-impeachment por parte de novos movimentos políticos como o Vem Pra Rua e Movimento Brasil Livre. "Eu tenho certeza que esse país nunca teve ninguém com a valentia e coragem da presidenta Dilma de fazer investigação onde quer que precise fazer investigação. Mas eles estão transformando a denúncia de corrupção a ponto que um bandido que é condenado a não sei quantos anos de prisão fala: 'Eu vou fazer delação premiada'... Aí, o bandido vira herói."

Lula disse que nunca foi feito o "debate correto" sobre a corrupção no Brasil, afirmando que "no Estado de São Paulo a corrupção é crônica". "Nós não fizemos até hoje o debate correto sobre a questão da corrupção neste país. Aqui no Estado de São Paulo, ela é crônica historicamente. Eu lembro que aqui em SP, todas vezes que teve uma eleição para o Estado, o tema da corrupção era abordado com muita violência."

"Quero saber se alguém vai ter coragem de dizer que esse moço esteve envolvido com corrupção. Mas ele conquistou o direito de andar de cabeça erguida", disse Lula, referindo-se ao ex-presidente da Petrobras Sérgio Gabrielli, presente no evento.

"A gente vê o que estão fazendo com a Petrobras, tentando mostrar que a Petrobras é uma empresa corrupta, que na Petrobras tudo é bandalheira. Eles se esquecem de dizer uma coisa: essa empresa é uma empresa de alta governança, e se teve corrupção lá dentro, não foi corrupção de uma totalidade, foi de uma ou outra pessoa, que terão de pagar o preço por ter enganado o povo brasileiro", afirmou Lula.

"Esse país nunca teve ninguém com a coragem de Dilma para fazer investigações onde quer que seja preciso. Fomos nós [os governos petistas] que colocamos um representante do Ministério Público indicado pela categoria, sem interferência do governo. Fomos nós que dobramos o número de policiais federais, os investimentos em inteligência."

Recentemente acusado de dividir politicamente o país em seus discursos, Lula disse que não pretendia fazer isso, mas que "os de baixo nunca apareceram no discurso deles. Só queria que os pobres subissem um degrau na escala social deste país".

Além de São Paulo, o PT e sindicatos também promoveram plenárias pró-governo em outras cidades do país.

Rui Falcão

O presidente nacional do PT, Rui Falcão, também defendeu Gabrielli.

"Ele levou a Petrobras a ser uma das maiores empresas do mundo e agora está sendo injustamente perseguido", afirmou Falcão sobre Gabrielli, que estava presente no ato. O presidente do partido atacou os opositores. "Não queremos afirmar o projeto do PT ou do PC do B, mas o projeto de desenvolvimento do nosso país."

"Eles [a oposição] querem criminalizar as doações legais. Para nós, dizem que é propina; para eles, é contribuição", disse Falcão. As doações de campanha ao PT nas últimas eleições estão sob suspeita nas investigações da Lava Jato, devido à proximidade de datas entre pagamentos feitos pela estatal e contribuições eleitorais de empresas envolvidas no caso.

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