Pedaladas do governo já viraram motocicleta, diz Eduardo Cunha
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), criticou a condução das contas do governo e disse nesta quarta-feira (21) que as chamadas “pedaladas fiscais” praticadas pela equipe econômica estão se transformando em uma “motocicleta”. “A pedalada está virando uma motocicleta. Saiu da bicicleta e foi para motocicleta”, disse Cunha durante uma entrevista coletiva em que foi hostilizado por manifestantes.
As críticas de Cunha à política fiscal e, em especial, às manobras contábeis que ficaram conhecidas como “pedaladas fiscais” ocorreram no mesmo dia em que partidos da oposição entregaram mais um pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT) no qual alegam que as “pedaladas” apontadas e reprovadas pelo TCU (Tribunal de Contas da União) continuam a ocorrer em 2015.
No último dia 7, o TCU recomendou, por unanimidade, a reprovação das contas de 2014 do governo Dilma.
O parecer do TCU e as contas do governo estão sob análise da CMO (Comissão Mista de Orçamento) do Congresso Nacional. A oposição aposta na reprovação das contas junto ao Parlamento, o que daria ainda mais fôlego ao pedido de impeachment que tramita na Câmara contra a presidente Dilma.
Para Cunha, o governo, que se prepara para anunciar um rombo de R$ 50 bilhões nas contas de 2015, deveria aprender a fazer superávit real. “O governo tem que aprender a fazer superávit real, e o governo não aprendeu”, afirmou.
Cunha disse que o governo errou ao manter em 2015 as manobras fiscais praticadas em 2014. “No ano passado, quando o governo mudou a meta da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), que essa Casa aprovou, o governo já deveria ter zerado as contas das chamadas pedaladas. Não o fez”, disse.
O presidente da Câmara, que é suspeitos de ter contas secretas na Suíça, pregou que o governo haja com transparência em relação às suas contas. “De uma certa forma, não tem condições de você conviver com contas mascaradas. As contas têm de ser claras. Tem que ser transparentes”, disse.
O deputado é alvo de investigações junto ao STF (Supremo Tribunal Federal) e no Conselho de Ética da Câmara por suspeitas de manter contas secretas na Suíça que seriam abastecidas com dinheiro de propina paga dentro do esquema investigado pela operação Lava Jato, que apura irregularidades em contratos da Petrobras e de outras estatais.
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