Presidente do Conselho de Ética acusa Cunha de "golpe"
José Carlos Araújo (PR-BA), presidente do Conselho de Ética da Câmara, acusou o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de tentar um "golpe".
"Neste ano, a palavra que mais ouvi falar é golpe. Eu não enxergava golpe em lugar nenhum. Mas ontem eu enxerguei, senti e apreciei a tentativa de golpe nesta casa", afirmou Araújo, em reunião do Conselho nesta quarta-feira (30).
A Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, comandada por Cunha, aprovou na terça-feira (29), um projeto de resolução que altera a composição de comissões, depois que foi encerrado o período em que os deputados podem trocar de partido.
A medida ainda precisa ser aprovada em plenário, mas José Carlos Araújo afirma que ela atingiria todas as comissões, inclusive o Conselho de Ética, que pode decidir pela cassação do mandato de Cunha.
Atualmente, 11 dos 21 deputados do Conselho são contra Cunha, mas a resolução poderia afetar três deles, que se opõem a Cunha e trocaram de partidos.
"Esse projeto de resolução figurava com um artigo que excluía o Conselho de Ética da resolução, que foi apresentado aos senhores líderes. Misteriosamente, esse projeto de resolução foi apresentado sem essa ressalva. Ou seja: pega todo mundo", disse Araújo.
Araújo acusou Cunha de "advogar em causa própria". "Tentar de uma forma rasteira, prevalecer do cargo que ocupa para se proteger, isso realmente não é digno de um presidente desta casa", afirmou.
Durante a reunião do conselho, o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) afirmou que a oposição é contrária à resolução e fará alteração no texto, para que não afete o Conselho de Ética. "Todos os líderes de oposição têm hoje a concordância de que não pode se tocar na composição do Conselho de Ética", disse.
Na terça-feira, Cunha disse que a resolução não atingiria o Conselho de Ética, porque ele tem suas próprias regras.
Testemunhas do processo
O deputado Marcos Rogério (PDT-RO), relator do Conselho de Ética da Câmara, apresentou o plano de trabalho do Conselho de Ética na reunião desta quarta-feira.
Ele listou as testemunhas que deseja ouvir no processo contra o presidente da Câmara Eduardo Cunha. São 19 ao todo, somando as pedidas pelos representantes do Conselho, pela defesa e pelo próprio relator.
O próprio relator afirma, porém, que nem todas devem ser ouvidas. Elas são apenas convidadas, e não convocadas, por isso não têm obrigação de comparecer.
Entre os nomes estão o do próprio Eduardo Cunha e delatores da operação Lava Jato, como Júlio Camargo e Alberto Youssef.
A defesa de Cunha apontou Francisco Rezek, ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal, e dois advogados da Suíça, entre outras testemunhas.
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