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Protesto em SP tem tietagem a 'Lula presidiário' e 'político' de pantufas

De terno e pantufas, Veríssimo contratou carreto para levar cama à av. Paulista - Marco Ambrosio/Framephoto/Estadão Conteúdo
De terno e pantufas, Veríssimo contratou carreto para levar cama à av. Paulista Imagem: Marco Ambrosio/Framephoto/Estadão Conteúdo

Ricardo Marchesan

Do UOL, em São Paulo

04/12/2016 15h46Atualizada em 05/12/2016 12h16

Manifestantes se reúnem neste domingo (4) na avenida Paulista, em São Paulo, para protestar contra as mudanças feitas pelo Congresso no pacote anticorrupção e para demonstrar apoio à operação Lava Jato e ao juiz Sergio Moro. 

O advogado André Rafael Veríssimo, 34, fantasiou-se de "político corrupto", de terno e pantufas, levou uma cama para a avenida e deitou-se nela para protestar contra "a ineficiência do Congresso". Ele disse que chegou ao local por volta do meio-dia e que precisou contratar um carreto para levar o móvel. É a segunda vez que faz isso em uma manifestação, segundo ele.

fantasiado de lula - Ricardo Marchezan/UOL - Ricardo Marchezan/UOL
Fantasiado de Lula presidiário, Luciano Cobra era um dos mais disputados para fotos
Imagem: Ricardo Marchezan/UOL

Uma das figuras mais "assediadas" para fotos no local era o vendedor Luciano Cobra, 47, que se vestiu como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em roupa de presidiário. Ele afirma que é a terceira vez que usa a fantasia em protestos.

Cobra diz que protesta não apenas contra Lula, mas também contra "bandidos defendendo bandidos", citando políticos, membros do STF (Supremo Tribunal Federal) e o presidente Michel Temer (PMDB). "Cinco ministros já foram embora (na verdade foram seis). Não tem como sustentar", afirmou.

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Foco em Renan Calheiros

Apesar da manifestação dele, protestos contra Temer não marcaram o início da manifestação. A maioria das palavras de ordem e cartazes eram contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Outros faziam manifestações mais genéricas, em apoio a Moro e à Lava Jato, e contra "políticos corruptos".

O movimento foi organizado pelas redes sociais e estava previsto para acontecer em cerca de 200 cidades do Brasil. A manifestação foi convocada por grupos que apoiaram o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). 

No Rio, em Brasília e em algumas cidades do interior paulista, as manifestações aconteceram pela manhã.

"Vamos, vamos, MP"

Entre os manifestantes, um grupo ligado ao MP (Ministério Público) de São Paulo chamava a atenção. Reunidos em frente ao prédio do Masp (Museu de Arte de São Paulo), eles cantaram "vamos, vamos, MP", no ritmo do canto em apoio à Chapecoense.

Um dos líderes do grupo, o procurador de Justiça Márcio Sérgio Chistino, vice-presidente da APMP (Associação Paulista do Ministério Público), afirmou que protestavam contra a inclusão da possibilidade de juízes e promotores responderem por abuso de autoridade, emenda incluída no pacote anticorrupção pela Câmara. Ele disse esperar cerca de 200 pessoas ligadas ao MP paulista no protesto.

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