Protesto em SP tem tietagem a 'Lula presidiário' e 'político' de pantufas
Manifestantes se reúnem neste domingo (4) na avenida Paulista, em São Paulo, para protestar contra as mudanças feitas pelo Congresso no pacote anticorrupção e para demonstrar apoio à operação Lava Jato e ao juiz Sergio Moro.
O advogado André Rafael Veríssimo, 34, fantasiou-se de "político corrupto", de terno e pantufas, levou uma cama para a avenida e deitou-se nela para protestar contra "a ineficiência do Congresso". Ele disse que chegou ao local por volta do meio-dia e que precisou contratar um carreto para levar o móvel. É a segunda vez que faz isso em uma manifestação, segundo ele.
Uma das figuras mais "assediadas" para fotos no local era o vendedor Luciano Cobra, 47, que se vestiu como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em roupa de presidiário. Ele afirma que é a terceira vez que usa a fantasia em protestos.
Cobra diz que protesta não apenas contra Lula, mas também contra "bandidos defendendo bandidos", citando políticos, membros do STF (Supremo Tribunal Federal) e o presidente Michel Temer (PMDB). "Cinco ministros já foram embora (na verdade foram seis). Não tem como sustentar", afirmou.
Foco em Renan Calheiros
Apesar da manifestação dele, protestos contra Temer não marcaram o início da manifestação. A maioria das palavras de ordem e cartazes eram contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Outros faziam manifestações mais genéricas, em apoio a Moro e à Lava Jato, e contra "políticos corruptos".
O movimento foi organizado pelas redes sociais e estava previsto para acontecer em cerca de 200 cidades do Brasil. A manifestação foi convocada por grupos que apoiaram o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
No Rio, em Brasília e em algumas cidades do interior paulista, as manifestações aconteceram pela manhã.
"Vamos, vamos, MP"
Entre os manifestantes, um grupo ligado ao MP (Ministério Público) de São Paulo chamava a atenção. Reunidos em frente ao prédio do Masp (Museu de Arte de São Paulo), eles cantaram "vamos, vamos, MP", no ritmo do canto em apoio à Chapecoense.
Um dos líderes do grupo, o procurador de Justiça Márcio Sérgio Chistino, vice-presidente da APMP (Associação Paulista do Ministério Público), afirmou que protestavam contra a inclusão da possibilidade de juízes e promotores responderem por abuso de autoridade, emenda incluída no pacote anticorrupção pela Câmara. Ele disse esperar cerca de 200 pessoas ligadas ao MP paulista no protesto.
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