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Eike tem primeira noite em presídio sem ocorrências, diz secretaria

De cabeça raspada, Eike deixa o presídio Ary Franco com destino à cadeia Bandeira Stampa, no Rio. A transferência foi determinada pela Seap (Secretaria de Estado de Administração Penitenciária) - Fábio Motta/Estadão Conteúdo
De cabeça raspada, Eike deixa o presídio Ary Franco com destino à cadeia Bandeira Stampa, no Rio. A transferência foi determinada pela Seap (Secretaria de Estado de Administração Penitenciária) Imagem: Fábio Motta/Estadão Conteúdo

Do UOL, no Rio

31/01/2017 11h34

A primeira noite do ex-bilionário Eike Batista no presídio Bandeira Stampa (Bangu 9), no bairro de Bangu, na zona oeste carioca, foi tranquila e sem ocorrências, informou nesta terça-feira (31) a Seap (Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro).

O empresário, preso ontem pela Polícia Federal sob suspeita de pagar propina a agentes públicos, já foi um dos homens mais ricos do mundo, mas viu seu império ruir nos últimos anos após fracassos no mercado financeiro.

Às 15h desta terça, ele prestará depoimento na sede da PF. Será a primeira vez que ele estará de frente para delegados federais e membros da força-tarefa da Operação Lava Jato no Rio.

Como Eike não tem ensino superior, ele ocupa uma cela comum, que mede aproximadamente 15 metros quadrados, de acordo com informações da "Rede Globo".

O detento e seus cinco companheiros de cela dormem em beliches de concreto, e há um buraco no chão, chamado de "boi", que serve como vaso sanitário. Não há chuveiro. O banho só é possível com o uso de um cano, de onde sai apenas água fria.

O presídio Bandeira Stampa foge à realidade de superlotação de outras unidades no Estado. De acordo com a Defensoria Pública, são 419 presos para 547 vagas. Com 51.113 detentos, o Rio conta com apenas 27.242 vagas.

É para lá que são enviados os presos relacionados às milícias e é também onde estão detentos de casos famosos, como os responsáveis pela morte do menino João Hélio e pelo assassinato da juíza Patrícia Acioli.

Lá também estão os presos conhecidos como "faxinas", que trabalham dentro dos presídios e são considerados mais confiáveis pela administração. "É um presídio menor, com os "faxinas", mais fácil de controlar", explica o defensor público Marlon Barcellos, coordenador do núcleo do sistema penitenciário.

Eike tem direito a duas horas de banho de sol e café com leite e pão com manteiga no café da manhã. Os detentos da unidade, segundo a Seap, têm direito a arroz ou macarrão, feijão, uma porção de proteína (carne, frango ou peixe), salada, refresco e fruta ou doce de sobremesa. O lanche oferecido tem suco e bolo.

O empresário também poderá passar a receber visitas após seus familiares fazerem a carteirinha de cadastro, que demora, em média, 15 dias para ficar pronta. As visitas em Bangu 9 são feitas diariamente, exceto às terças-feiras. No entanto, há uma divisão dos dias por ala. Cada preso recebe, em média, duas visitas por semana.

Filho de um empresário da mineração, Eike começou sua vida profissional vendendo apólices de seguro de porta em porta quando morava com a família na Alemanha em paralelo à faculdade de metalurgia em Aachen (Alemanha). No começo dos anos 1980, soube da corrida pelo ouro no Brasil e decidiu largar a faculdade. De volta ao país, começou a fazer negócios na área de mineração. (Com Estadão Conteúdo)