Lula diz que Doria quer "5 minutos de glória" ao criticá-lo
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, em entrevista exibida nesta quarta (26) pelo “SBT Brasil”, que o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), quer "cinco minutos de glória" ao criticá-lo publicamente.
"Obviamente que o prefeito de São Paulo quer cinco minutos de glória, que eu responda a ele. Eu não vou responder. Porque ele tem obstáculos muito grandes antes de chegar para me enfrentar. Primeiro, ele tem que governar a cidade. Ele não pense que fazendo pirotecnia, andando de ônibus 3 horas da tarde… Eu quero ver ele pegar ônibus 6 da tarde, eu quero ver ele pegar metrô 6 e meia da tarde", afirmou o ex-presidente.
Segundo Lula, Doria deve governar e ganhar credibilidade para "dar o salto que quiser".
Desde o ano passado, quando estava em campanha eleitoral pela prefeitura de São Paulo, Doria tem atacado o ex-presidente. Na semana passada, o prefeito paulistano afirmou que Lula mente para os brasileiros e "deveria ir para Curitiba" --onde está concentrada a maior parte das investigações da Operação Lava Jato e onde estão presos outros petistas.
Em paralelo, nas últimas semanas, o nome de Doria como candidato presidencial do PSDB em 2018 estaria ganhando força no partido. O prefeito já disse que quer usar todas as suas forças para que Lula não seja eleito presidente no ano que vem.
Ao SBT, Lula confirmou que na eleição de 2018 quer ser novamente candidato a presidente, cargo que ocupou entre 2003 e 2009. Segundo o petista, não há nada juridicamente que o impeça de entrar na disputa. No momento, ele é réu em cinco ações de três operações diferentes: Lava Jato, Zelotes e Janus.
"Eu vou ter condições jurídicas de ser candidato, porque não há nenhuma razão jurídica para evitar que eu seja candidato. Aí seria melhor eles terem coragem de dizer o seguinte: 'Olha, vamos dar o segundo golpe nesse país e não vai ter eleição em 2018'", afirmou. "Na situação em que está, eu serei candidato. Eu agora quero ser candidato."
Espaço para conversa com FHC
Ainda sobre adversários políticos, Lula disse que "há um espaço" para conversar com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) sobre reforma política. O petista disse não ter interesse, por outro lado, em conversar com o presidente Michel Temer (PMDB), por causa da "forma como ele chegou ao poder".
Lula falou sobre FHC e Temer ao negar que vá “fazer acordo de sobrevivência à Lava Jato” por meio de eventual diálogo com adversários políticos.
O ex-presidente se disse a favor de antecipar as eleições “porque o país não pode continuar do jeito que está”, mas não se disse favorável a uma assembleia constituinte no atual momento político.
Lula falou também sobre a reforma trabalhista proposta pelo governo Temer, que classificou como um retorno ao começo do século 20, e que o deficit da Previdência só vai ser resolvido quando a economia voltar a crescer.
No fim da entrevista, o ex-presidente se emocionou ao responder pergunta sobre como estava lidando com a perda de dona Marisa Letícia, sua mulher, que morreu em fevereiro.
"Eu não tinha noção do quanto é difícil você chegar em casa de noite e não ter a mulher. Então, o tempo vai se encarregar de fazer com que a gente supere isso. Mas é uma experiência muito ruim que eu não desejo para ninguém."
O "SBT Brasil" exibiu uma versão editada da entrevista, concedida ao jornalista Kennedy Alencar. A íntegra será exibida na madrugada de quarta para quinta-feira no jornal "SBT Notícias", a partir da 1h.
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