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Lula é interrogado por Sergio Moro em Curitiba; depoimento já dura quatro horas

Lula participou de caminhada com a militância antes de depor a Moro - Daniel Castellano/FramePhoto
Lula participou de caminhada com a militância antes de depor a Moro Imagem: Daniel Castellano/FramePhoto

Bernardo Barbosa, Flávio Costa e Bruno Thadeu

Do UOL, em Curitiba e em São Paulo

10/05/2017 13h46Atualizada em 10/05/2017 18h19

O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva chegou por volta das 13h45 à sede da Justiça Federal em Curitiba, nesta quarta-feira (10), para prestar depoimento ao juiz federal Sergio Moro. O petista chegou a fazer parte do percurso até o local da audiência a pé, caminhando por 20 metros acompanhado da militância.

Ele andou até um dos bloqueios feitos pela Polícia Militar na região onde fica a sede da Justiça Federal, no bairro do Ahú, na capital paranaense. De lá, Lula completou o percurso de carro até entrar no prédio. Às 14h20, a assessoria de imprensa da Justiça Federal informou que o depoimento já tinha sido iniciado.

Lula é acusado de ter recebido propina da empreiteira OAS por meio da reserva e reforma de um tríplex no edifício Solaris, no Guarujá (litoral de São Paulo), em 2009. A ação também engloba o armazenamento de bens do ex-presidente depois que ele deixou a Presidência. O petista sempre negou as acusações.

Lula caminha entre militantes para depoimento ao juiz Sergio Moro

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Um forte esquema de segurança foi montado no entorno da sede da Justiça Federal. Dois mil policiais foram destacados para impedir a entrada de pessoas não autorizadas para o depoimento.

O ex-presidente desembarcou em Curitiba em um avião particular às 10h18 desta quarta. Antes da chegada de Lula, uma comitiva vinda de Brasília com cerca de 50 pessoas, incluindo deputados e senadores do PT e de partidos que apoiam o ex-presidente, desembarcou no aeroporto por volta das 9h20. Lula encontrou Dilma Rousseff no aeroporto paranaense.

Justiça nega recursos da defesa de Lula

Horas antes da audiência, o ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Félix Fisher negou recurso da defesa do ex-presidente, que queria a suspensão do processo e, como consequência, do depoimento de hoje. O argumento dos advogados era de que necessitaria de tempo hábil para ler os documentos da Petrobras anexados aos autos (estima-se mais de 100 mil páginas).

Fisher também negou outro recurso de Lula e proibiu que o depoimento seja gravado pela defesa do ex-presidente. A defesa do petista queria levar uma equipe para a audiência a fim de fazer um registro próprio do depoimento em vídeo

Lula chega de carro a sede da Justiça Federal

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O mesmo pedido já havia sido negado por Moro e pelo TRF4 (Tribunal Regional Federal 4). A filmagem é de responsabilidade do Judiciário, e o conteúdo costuma ser disponibilizado ao público após os depoimentos. Os advogados do ex-presidente reclamam, no entanto, que as circunstâncias da gravação são desfavoráveis ao réu.

Moro autorizou, porém, que uma câmera adicional grave o depoimento. "Para evitar qualquer afirmação equivocada de que se pretende esconder algo na audiência, será efetuada uma gravação adicional de imagens do depoimento, não frontal, mas lateralmente e que retratará a sala de audiência com um ângulo mais amplo", determinou o juiz. 

Militantes pró-Lula

Militantes do MST, de centrais sindicais e de caravanas de vários Estados se reuniram na manhã desta quarta na praça Santos Andrade, região central de Curitiba, em ato de a Lula.

Segundo representantes da Frente Brasil Popular, uma das organizadoras do ato, cerca de 30 mil manifestantes estão na praça -- a maior parte, oriunda de um acampamento montado nos fundos da rodoviária.

A Polícia Militar ainda não deu uma estimativa de público. Por volta de meio-dia, parlamentares petistas começaram a chegar ao ato.