Topo

Temer cancela reunião e viaja para Maceió para sobrevoar áreas alagadas

O presidente Michel Temer e o novo presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro - Pedro Ladeira/Folhapress
O presidente Michel Temer e o novo presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro Imagem: Pedro Ladeira/Folhapress

Flávio Costa

Do UOL, em Brasília

28/05/2017 13h19Atualizada em 28/05/2017 20h59

O presidente Michel Temer cancelou o encontro que teria na tarde deste domingo (28) com o novo presidente do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social), Paulo Rabello de Castro, e os ministros Henrique Meirelles (Fazenda) e Dyogo Oliveira (Planejamento), para fazer uma viagem de emergência a Maceió. A capital alagoana sofre com as fortes chuvasque já resultaram na morte de quatro pessoas.

Temer deve sobrevoar as regiões alagadas de Maceió acompanhado do governador de Alagoas, Renan Filho, primogênito do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que vem criticando com veemência o presidente nos últimos dias e já pediu sua renúncia. A previsão é que Temer siga para Pernambuco, onde também há municípios atingidos pelas chuvas. 

Centenas de famílias estão desalojadas por causa da chuva forte que atinge a região desde sábado (27). A prefeitura decretou situação de emergência e estado de calamidade pública. 

De acordo com a Defesa Civil, em oito horas, choveram 55,8 milímetros (mm) na capital do Estado. Em dias normais do período chuvoso, a média é 12 mm para todo o dia. Em maio, foram registrados 567,6 mm de chuva, 48,5% a mais que os 382,2 mm esperados. Este é o maio mais chuvoso em Maceió desde 2010.

Crise leva à reclusão

É a primeira vez desde que veio à tona o escândalo da JBS que Temer sairá de Brasília para uma agenda pública.

Em busca da própria sobrevivência após a crise política desencadeada pela delação da JBS, em 17 de maio, nos últimos dias Temer se fechou com aliados próximos no gabinete do Palácio do Planalto, onde trabalha, e no Palácio do Jaburu, onde mora.

Desde então, não participou mais de eventos fora do Planalto, nem promoveu cerimônias públicas na sede da Presidência. As únicas aparições públicas de Temer depois da data foram os dois pronunciamentos que deu para se defender das acusações feitas pelos empresários Joesley e Wesley Batista, da JBS, e por executivos do grupo ao MPF (Ministério Público Federal).

Em 25 de maio, um dia após manifestações em Brasília que acabaram com ministérios incendiados e depredados, Temer divulgou vídeo nas redes sociais dizendo que houve "exageros", mas o "Brasil não parou e não vai parar".

Durante o final de semana, Michel Temer tem recebido a visita de aliados no Palácio do Jaburu. No sábado (27), após almoçar com três ministros tucanos, o presidente se encontrou com ex-presidente José Sarney (PMDB-AP) para debater a crise pela qual atravessa seu governo. Sarney defende nos bastidores que Temer opte por uma "saída negociada" da Presidência da República. 

Na noite desta segunda-feira (29), está prevista a participação do presidente no jantar do "Fórum de Investimentos Brasil 2017", em São Paulo.

(Com Agência Brasil)

Os 6 capítulos da maior crise do governo Temer

UOL Notícias