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Temer viaja para G20 na Alemanha; Eunício assume pela primeira vez

6.jun.2017 - O presidente Michel Temer (PMDB), à esquerda, e o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE) - Reprodução
6.jun.2017 - O presidente Michel Temer (PMDB), à esquerda, e o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE) Imagem: Reprodução

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

06/07/2017 13h35Atualizada em 06/07/2017 14h53

O presidente da República, Michel Temer (PMDB), viajou no início da tarde desta quinta-feira (6) para a cúpula do G20, grupo que reúne as 20 maiores potências mundiais, que acontecerá nesta sexta (7) e neste sábado (8), em Hamburgo, na Alemanha.

Quem assumirá a Presidência da República pelos próximos dias será o presidente do Senado e do Congresso Nacional, Eunício Oliveira (PMDB-CE). Será a primeira vez que Eunício ocupará o cargo mais importante do Executivo. Isso porque o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), primeiro na linha sucessória, viajou pela manhã para a Argentina.

A comitiva de Michel Temer será formada pelos ministros Henrique Meirelles (Fazenda) e Aloysio Nunes (Relações Exteriores), assessores e o deputado federal Beto Mansur (PRB-SP), um dos integrantes da chamada “tropa de choque” do presidente.

Viagem de Maia a Argentina

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), viajou na manhã desta quinta para Buenos Aires, capital da Argentina. Na cidade, ele se reunirá com a vice-presidente argentina, Gabriela Michetti, o presidente da Câmara, Emilio Monzó, e líderes políticos, entre deputados, senadores e governadores.

Maia ainda participará do encerramento de um fórum que debate Relações Internacionais e Diplomacia Parlamentar junto a Monzó e o presidente da Câmara uruguaio, Carlos Mahía. Um jantar na Embaixada do Brasil também está previsto na agenda.

A comitiva de Maia é formada pelos deputados Benito Gama (PTB-BA), Heráclito Fortes (PSB-PI), Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), Rubens Bueno (PPS-PR) e Rogério Rosso (PSD-DF).

Temer no G20

O presidente Michel Temer deverá chegar em Hamburgo por volta das 6h desta sexta, no horário local da cidade alemã, 5 horas à frente do horário de Brasília. Às 9h, ele se reunirá com os chefes de Estado dos países do Brics, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Os participantes previstos no encontro são Vladimir Putin (Rússia), Narendra Modi (Índia), Xi Jinping (China) e Jacob Zuma (África do Sul). A reunião dessa semana será preparatória para a cúpula oficial do Brics a ser realizada em 3 e 4 de setembro em Xiamen, na China.

Ao longo do dia, ele participará de encontros com presidentes e primeiros-ministros, no centro de convenções de Hamburgo, em que tratarão de temas como economia, meio-ambiente, migração e terrorismo. Na sexta, também será tirada a chamada “foto de família”, que reunirá todos os integrantes da cúpula. À noite, todos irão assistir juntos a um espetáculo da Orquestra Filarmônica de Hamburgo na Elbphilharmonie, uma das melhores salas de concerto do mundo.

Os trabalhos do G20 continuarão pela manhã de sábado. Após o almoço, Michel Temer deverá retornar ao Brasil.

Por enquanto, não estão previstos encontros bilaterais entre o peemedebista e outros chefes de Estado. Mas, eles podem ocorrer ao longo do evento segundo demandas e necessidades, informou a assessoria da Presidência. Um almoço entre Michel Temer e a chanceler alemã Angela Merkel, que havia sido cancelado na semana passada, realmente não irá acontecer.

Discurso do Brasil

Durante os trabalhos do G20, a comitiva brasileira vai focar na retomada do crescimento econômico do país e reforçar que, em um momento de grande protecionismo por parte das potências mundiais, o Brasil defende a agenda da inclusão. Como exemplo, serão citadas as concessões e aberturas para investidores estrangeiros promovidas pelo governo. Também serão lembradas as reformas propostas pelo Planalto, como a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) do Teto de Gastos Públicos e a da Previdência.

Na avaliação de assessores de Temer, os interesses econômicos de grupos multinacionais devem se sobrepor à grave crise política enfrentada. Isso especialmente por causa dos leilões de óleo e gás programados para o segundo semestre deste ano.

Outro assunto que pode entrar em pauta, apesar de não ser o foco da cúpula, é a crise política e institucional vivida pela Venezuela. Nesta quinta (5), os países do Mercosul, formado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, repudiaram os atos de violência ocorridos no país.

“Instamos o Governo da Venezuela a pôr fim imediatamente a todo discurso e ações que incentivem uma maior polarização, com o consequente crescimento da violência, e a garantir o respeito aos direitos humanos, à separação dos poderes e à vigência do Estado de Direito”, afirmaram, em nota.

Recuo do cancelamento

Inicialmente, o presidente Michel Temer havia cancelado a ida ao G20 sem que houvesse uma justificativa oficial para o cancelamento. Segundo apurou o UOL, o agravamento da crise política no país que atinge especialmente o peemedebista seria o motivo.

Porém, na segunda-feira (3), Temer voltou atrás e decidiu ir à reunião. Tradicionalmente, todos os presidentes dos países componentes do grupo costumam ir às cúpulas para discutir questões da agenda internacional.

A primeira reunião entre chefes de Estado aconteceu em 2008 em Washington, nos Estados Unidos. Ministros da Fazenda e chefes de bancos centrais já se encontram com regularidade desde 1999. A edição de 2017 ficará sob o comando de Angela Merkel.

O G20 é composto por Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Rússia, Arábia Saudita, África do Sul, Coreia do Sul, Turquia, Reino Unido, Estados Unidos e a União Europeia.