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Avanços incomodam setores que tiveram de se curvar, diz Temer

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

16/08/2017 12h12Atualizada em 16/08/2017 14h35

O presidente da República, Michel Temer (PMDB), declarou nesta quarta-feira (16) que medidas e reformas propostas por sua gestão incomodaram muitos setores, mas eles teriam sido “obrigados a curvar-se” diante da aprovação delas por parte da sociedade.

“Toda vez que você propõe uma reforma, a primeira coisa é uma guerra brutal contra a reforma, não é? Logo depois, reforma aprovada, o que se verifica nas pesquisas é uma aprovação extraordinária e o silêncio daqueles que protestaram, porque foram obrigados a curvar-se à realidade que aquela reforma trouxe”, disse, ao dar como exemplo a reforma do Ensino Médio, sancionada em fevereiro deste ano.

Michel Temer assinou nesta quarta decreto que estabelece o setor de supermercados como atividade essencial da economia em evento no Palácio do Planalto. Estiveram ao lado dele os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo), além de parlamentares e empresários.

O presidente defendeu as reformas afirmando que elas são necessárias para a viabilidade econômica do Brasil. Ele disse que elas, embora sejam para o futuro e não para este governo, precisam ser postas em prática rapidamente.

Em sua avaliação, a falta de mudanças no sistema previdenciário e o atual déficit do setor são alguns dos principais fatores que prejudicam a economia.

Em seguida, Temer pediu ajuda aos empresários presentes no evento para que discursem e enfatizem a “necessidade premente” da reforma da Previdência.

Para o presidente Michel Temer, quando as reformas são propostas pelo governo, muitos setores da sociedade e da economia só pensam “em si ou no dia imediato” ao invés de pensar no Brasil. Na sequência, voltou a dizer que promove iniciativas populares e responsáveis, que ganharão reconhecimento mais tarde, e não populistas.

O presidente ainda comentou, sem citar nomes, críticas feitas ao governo para, segundo ele, desmerecê-lo. “Tentam pegar nossas palavras, tentam pegar nossos gestos do governo, uma ou outra falha para tentar desmoralizar”, declarou.

Temer também afirmou ver muitas vezes o que chamou de “pessimismo de opinião, não de ação”, pois avalia que o brasileiro é um “grande otimista e tem esperança”.

Supermercados

Com o decreto que estabelece o setor de supermercados como atividade essencial da economia, os supermercados terão maior proteção jurídica para negociar a abertura dos estabelecimentos aos domingos e feriados em todo o país.

O presidente da Abras (Associação Brasileira de Supermercados), João Sanzovo, disse que a iniciativa era pleiteada há mais de 20 anos e agora está fazendo “justiça” ao setor, que representou 5,4% do PIB (Produto Interno Bruto) no ano passado.

Segundo Sanzovo, o decreto também beneficiará consumidores que não têm tempo para ir às compras durante a semana ou no sábado. Ao longo do discurso, Sanzovo defendeu as reformas propostas pelo governo e pediu que sejam concluídas as reformas previdenciária e tributária.