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Doria xinga Lula e diz que, se ex-presidente é Messi, ele é Neymar

Marcos Sergio Silva e Janaina Garcia

Do UOL, em São Paulo

18/08/2017 15h27Atualizada em 18/08/2017 16h31

 

Falando para uma plateia fechada de empresários e políticos em Fortaleza, o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), rebateu nesta sexta-feira (18) o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva."O Lula me atacou e disse que é o Messi. Pois então, Lula, eu te digo que eu prefiro ser o Neymar, que é brasileiro e negro, que sabe o que fazer com a bola, sabe defender as cores do Brasil. A minha seleção não é a Argentina", afirmou Dória. 

O tucano usou o evento para criticar a declaração feita na manhã desta sexta-feira (18) pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, como Doria, está em caravana pelo Nordeste. O petista começou na quinta-feira (17) a turnê e nesta sexta-feira (18) visitou Cruz das Almas, no interior baiano. Doria passou por Salvador e Natal antes de chegar à capital cearense. Ainda tem eventos em Recife e Campina Grande (PB).

Na manhã desta sexta-feira, Lula afirmou à rádio Metrópole, em Salvador, que Doria “faz tipo, como se fosse um cara de novela" e se comparou aos astros do Barcelona e do Real Madrid, Leonel Messi e Cristiano Ronaldo, respectivamente.

"Ele tem um papel a seguir. O papel dele é o seguinte: eu vou atacar o Messi ou Mascherano no Barcelona? Vai no Messi! Vou atacar o Sergio Ramos ou Cristiano Ronaldo no Real Madrid? Ele pega a pesquisa --e é isso que deixa essas pessoas loucas. Eu estou apanhando quem nem cachorro vira-lata, e quando esses caras têm uma pesquisa, eu estou na frente na espontânea, na estimulada, ganho no primeiro, ganho no segundo turno, ganho de todos juntos", disse Lula em entrevista.

Messi, argentino, é considerado um dos maiores craques da atualidade, ao lado do português Cristiano Ronaldo. Neymar, brasileiro com maior prestígio na seleção e fora do país, recentemente trocou o Barcelona de Messi pelo Paris Saint-Germain. Nas eleições de 2014, Neymar declarou voto em Aécio Neves (PSDB).

Ainda no discurso, o tucano não poupou Lula --que, mais cedo, dissera a uma rádio de Salvador que Doria “faz tipo, como se fosse um cara de novela". "Ele tem um papel a seguir. O papel dele é o seguinte: eu vou atacar o Messi ou Mascherano no Barcelona? Vai no Messi! Vou atacar o Sergio Ramos ou Cristiano Ronaldo no Real Madrid? Ele pega a pesquisa --e é isso que deixa essas pessoas loucas. Eu estou apanhando quem nem cachorro vira-lata, e quando esses caras têm uma pesquisa, eu estou na frente na espontânea, na estimulada, ganho no primeiro, ganho segundo turno, ganho de todos juntos".

Irritado, Doria rebateu: "A minha seleção não é a Argentina". Antes, o prefeito paulistano havia dito que o petista, "além de sem-vergonha, preguiçoso, mentiroso e covarde, você é inexpressível”, e apontou que ele e seu grupo político "arrasamos o PT na cidade de São Paulo", nas eleições de 2016. Por fim, ele chamou Lula para a disputa.

"Aviso ao Lula que ele pode se candidatar porque vai perder de quem estiver como candidato. Ele já disse que sou um nada, pois o nada derrotou o PT em São Paulo", afirmou Doria, quase aos gritos, à plateia de empresários. "O Brasil não é seu. Venha disputar a eleição com quem você quiser", declarou. "Lula, talvez você não tenha lido ou não saiba ler, mas a minha gestão fechou com 70% de aprovação", definiu.

As críticas ao PT deram o tom de campanha à sua fala no 1º Fórum Empresarial de Gestão. O tema da palestra era “Práticas Inovadoras na Gestão de Cidades”. Realizado pela iniciativa privada cearense, por meio da Fiec (Federação das Indústrias do Estado do Ceará) e da Câmara de Dirigentes Lojistas de Fortaleza, o fórum tem apoio institucional do Lide Ceará (Grupo de Líderes Empresariais do Ceará). Doria é fundador e presidiu a direção nacional do Lide até assumir o posto de prefeito paulistano.

O prefeito ainda reforçou seu trabalho em programas polêmicos como a intervenção na cracolândia, região na área central de São Paulo conhecida pelo consumo de drogas. Em uma dessas investidas, um prédio habitado começou a ser demolido com pessoas dentro dele. Conforme apurou o UOL, Doria afirmou que o programa dele de combate ao "narcotráfico na cracolândia é um sucesso" e que com ele não tem "ONG distribuindo cachimbo para fumar crack".

Doria chegou a Fortaleza pela pista de pouso particular do grupo M. Dias Branco, que produz alimentos à base de farinha e cuja família proprietária é considerada uma das mais ricas do Nordeste. Doria foi recebido pelo vice-presidente do grupo, Geraldo Luciano, e teve uma reunião a portas fechadas com o senador Tasso Jereissati (PSDB). 

Procurado sobre as críticas de Doria, o Instituto Lula informou, por meio de sua assessoria, que não comentaria as declarações do prefeito.