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Presidência diz que há "grande armação" de meliantes para atacar dignidade de Temer

Presidente Michel Temer (PMDB) - Fred Dufour/Pool/Reuters
Presidente Michel Temer (PMDB) Imagem: Fred Dufour/Pool/Reuters

Do UOL, em Brasília*

29/09/2017 18h53Atualizada em 29/09/2017 19h52

A Presidência da República divulgou nova nota nesta sexta-feira (29) em defesa do governo de Temer Michel (PMDB) e contra delações da JBS e denúncias da Procuradoria-Geral da República.

O texto, assinado pela Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República, diz que há uma “grande armação” por parte do que chamou de “grupo de meliantes” aliados a autoridades federais para tentar atacar a honra e a dignidade pessoal do presidente.

A nota se refere a áudios recuperados pela Polícia Federal do empresário da JBS, Joesley Batista, com o ex-diretor de Relações Institucionais do frigorífico, Ricardo Saud, e o advogado do grupo, Francisco de Assis e Silva. O conteúdo das gravações foi revelado pela revista Veja.

Em um dos trechos lembrados na nota da Secretaria, Saud teria dito, segundo a Veja: “Eu acho, Fernanda, que precisam construir melhor a história do Temer. Não ficou muito claro. Eu acho que quando ouviram o Temer não gostaram muito. Tinham uma expectativa maior”. O comentário do advogado seria sobre as negociações para as delações premiadas do grupo com o Ministério Público Federal. A “Fernanda” em questão é possivelmente Fernanda Tórtima, advogada que trabalhou para os delatores envolvidos. 

Para o Planalto, se torna visível que “integrantes do Ministério Público Federal ficaram decepcionados com a gravação que usaram para embasar a primeira denúncia contra o presidente”, rejeitada no plenário da Câmara no último 2 de agosto. Temer é agora alvo de uma segunda denúncia, essa pelos crimes de obstrução de justiça (ao lado de Saud e Joesley) e organização criminosa (com outros integrantes do PMDB como os ministros Moreira Franco e Eliseu Padilha).

“As acusações caem uma após a outra, revelando a verdade da conspiração que foi construída durante meses”, afirma a Presidência, ao acrescentar que houve um planejamento da ação controlada pelo grupo da JBS “contra o país” e, especialmente, contra o PMDB.

A nota da Presidência ainda cita a parte do conteúdo das gravações em que o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, segundo os integrantes da JBS, queria ser o presidente da República ou indicar quem vai ser. Em outro trecho, cita o doleiro Lúcio Funaro e afirma que este não mudou suas práticas de enganar o Ministério Público Federal e a Justiça.

Após as referências aos áudios, a Presidência diz que o Brasil não pode ficar “nas mãos de criminosos e bandidos que manipulam autoridades, mercado, mídia e paralisam o país” e volta a defender a busca do governo pela retomada de crescimento econômico e geração de empregos.

O Planalto afirma também, sem citar nomes, que “não se pode mais tolerar que investigadores atuem como integrantes da santa inquisição, acusando sem provas e permitindo a delatores usarem mecanismos da lei para fugir de seus crimes” e pede ampla investigação para a apuração dos fatos relatados.

Em nota enviada à Veja, a J&F informou que os áudios obtidos pela revista estavam entre as gravações entregues à Polícia Federal ainda antes do acordo de delação, mas eram mantidos sob sigilo pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin. As gravações não estão entre as que foram entregues acidentalmente à PGR pelos executivos da empresas e não são mais recentes que as demais já divulgadas, diz a nota publicada pela revista.

Entenda a segunda denúncia contra Temer

UOL Notícias

Leia a nota na íntegra:

"A cada nova revelação das gravações acidentais dos delatores da JBS, demonstra-se cabalmente a grande armação urdida desde 17 de maio contra o presidente Michel Temer. De forma sórdida e torpe, um grupo de meliantes aliou-se a autoridades federais para atacar a honradez e dignidade pessoal do presidente, instabilizar o governo e tentar paralisar o processo de recuperação da economia do país.

Agora, descobre-se que integrantes do Ministério Público Federal ficaram decepcionados com a gravação que usaram para embasar a primeira denúncia contra o presidente. 'Eu acho, Fernanda, que precisam construir melhor a história do Temer. Não ficou muito claro. Eu acho que quando ouviram o Temer não gostaram muito. Tinham uma expectativa maior'. E isso dito por Ricardo Saud, uma das vozes usada para atacar o presidente por dias, semanas, meses no noticiário nacional.

As acusações caem uma após a outra, revelando a verdade da conspiração que foi construída durante meses. 'Eles querem foder o PMDB', sentencia o advogado Francisco de Assis, sem saber que está sendo grampeado por Joesley Batista. Mostrando todo planejamento da ação controlada que o grupo da JBS tentou fazer contra o país, Assis acrescenta:

'Viu, seguinte, Joesley, no momento certo, temos de dar sinal pro Lúcio pular dentro. Aí ele fecha a tampa do caixão'. Falavam sobre Lúcio Funaro, delator que foi incluído numa segunda denúncia contra o presidente pelo ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, cujas ambições de comandar o país são ressaltadas pelos delatores. 'Janot quer ser o presidente da República, ou indicar quem vai ser', diz Joesley. Funaro, por sua vez, já havia enganado o Ministério Público Federal e a Justiça em delação anterior. Não mudou suas práticas.

O país não pode ficar nas mãos de criminosos e bandidos que manipulam autoridades, mercado, mídia e paralisam o país. É hora de retornar o caminho do crescimento e da geração de emprego. Não se pode mais tolerar que investigadores atuem como integrantes da santa inquisição, acusando sem provas e permitindo a delatores usarem  mecanismos da lei para fugir de seus crimes. Cabe agora, diante de tão grave revelação, ampla investigação para apurar esses fatos absurdos e a responsabilização de todos os envolvidos, em todas as esferas.

Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República"

*Com Estadão Conteúdo