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Temer passa mal e é levado para hospital; diagnóstico é de obstrução urológica, diz Planalto

Em 2ª denúncia, Temer é acusado de dois crimes

UOL Notícias

Nathan Lopes, Felipe Amorim, Paula Bianchi, Luciana Amaral e Leandro Prazeres

Do UOL, em São Paulo e em Brasília

25/10/2017 14h39Atualizada em 25/10/2017 19h52

O presidente Michel Temer (PMDB) passou mal nesta quarta-feira (25) e foi levado para o Hospital do Exército, em Brasília, para ser submetido a exames. Temer, que está acompanhado da primeira-dama Marcela Temer, aguarda passar o efeito na anestesia para ter alta, segundo auxiliares que acompanham o presidente. Assessores informaram ainda que o presidente deve deixar o hospital caminhando.

"O Presidente Michel Temer teve um desconforto no fim da manhã de hoje e foi consultado no próprio departamento médico do Palácio do Planalto. O médico de plantão constatou uma obstrução urológica e recmomendou que fosse avaliado no Hospital do Exército, onde se encontra para realização de exame e devido tratamento", diz nota oficial divulgada pela Secretaria de Comunicação da Presidência.

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Às 16h15, o Planalto enviou nova nota oficial, em que confirma que o presidente segue internado. "Na tarde de hoje, o Presidente da República foi submetido a uma sondagem vesical de alívio por vídeo. O Presidente está em repouso, passa bem e deverá ter alta ainda hoje", diz o texto.

O incidente com Temer ocorre no momento em que a Câmara dos Deputados prepara-se para votar se aceita uma segunda denúncia contra o presidente, apresentada pela Procuradoria-Geral da República, pelos crimes de obstrução de justiça e organização criminosa. Ministros de Temer, Eliseu Padilha e Moreira Franco, ambos do PMDB, também foram denunciados por organização criminosa.

Segundo o UOL apurou, por volta das 13h, o presidente Temer se sentiu mal e foi ao serviço médico do Palácio do Planalto. Avaliado por médicos, o presidente foi encaminhado ao Hospital do Exército, onde constataram uma obstrução na uretra de Michel Temer. Ele está acompanhado por sua equipe de trabalho mais próxima.

Segundo assessores do Planalto, Temer terá alta ainda hoje, mas não se sabe se voltará ao Planalto ou irá descansar no Palácio do Jaburu, onde mora. Temer está em constante contato com sua equipe médica em São Paulo, liderada pelo cardiologista Roberto Kalil, e não deve voar para a capital paulista.

O presidente entrou pela lateral do hospital, onde se dirigem generais e oficiais de alto escalão do Exército. Segundo a assessoria do hospital, o atendimento está normal e não foi afetado pela presença do presidente no local.

Integrante da "tropa de choque" de Temer na Câmara, o deputado Carlos Marun (PMDB-MS) afirmou que o presidente teve apenas uma "indisposição" e foi levado ao hospital para mais exames. "Ele está bem e muito bem. Jantamos juntos ontem, não há motivo para preocupação." Segundo ele, a sessão não será interrompida e a expectativa do governo é encerrar a votação da denúncia ainda nesta tarde.

O líder do governo, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), afirmou no plenário da Câmara que o presidente apenas passou por "exames de rotina" e que retornaria ao Planalto ainda hoje.

O deputado federal Sinval Malheiros (Podemos-SP), que é gastroenterologista, foi ao hospital, mas disse que não conversou com Temer, apenas com assessores e familiares. Ele contou que o presidente passou por uma cistoscopia, exame em que se insere uma sonda por meio do pênis e do canal uretral para avaliar a bexiga.

“Ele teve um probleminha urinário, como se fosse uma dificuldade para urinar súbita, mas não teve obstrução importante. A solução é clínica, não há necessidade de cirurgia”, falou, ao acrescentar que, nesses casos, só é preciso uma anestesia local, sem perda de consciência. Segundo ele, a situação pode ter sido desenvolvida devido ao estado emocional do presidente.

“Isso é lógico. Qualquer pessoa é sensível às emoções. A emoção pode afetar qualquer parte do corpo, sem ser grave”, relatou.

O ministro da Defesa, Raul Jungmann, visitou Temer no hospital no final da tarde.

A obstrução urinária pode ser causada por próstata, pedra e infecção. Pela idade do presidente, o mais provável é uma obstrução na uretra causada pelo aumento da próstata, segundo médicos.

No início do mês, foi divulgado que Temer, que tem 77 anos, está com obstrução parcial de uma artéria coronária. O problema foi detectado em exame de imagem. Temer deverá passar por tratamento medicamentoso e dieta.