Bolsonaro teve agendas com militares em mais da metade do 1º mês de governo
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) teve agendas com militares em mais da metade do primeiro mês de governo, segundo dados divulgados pela assessoria da Presidência desde a posse até esta quinta-feira (31). Ao todo, o presidente se encontrou com autoridades militares em 54,8% dos dias do primeiro mês de mandato.
O levantamento considera todas as datas em que houve compromissos registrados com a presença de militares, como audiências com os ministros que são generais da reserva do Exército -- Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Carlos Alberto dos Santos Cruz (Secretaria de Governo) e Fernando Azevedo e Silva (Defesa) -- nos 31 dias de janeiro.
A contagem levou em consideração também a viagem a Brumadinho (MG) no sábado, para sobrevoo da área atingida pelo rompimento da mineradora Vale, uma vez que Bolsonaro viajou acompanhado somente de ministros militares no avião presidencial.
A proximidade dos militares pôde ser percebida com mais intensidade nos primeiros 15 dias de governo, quando 90% das agendas externas de Bolsonaro envolveram representantes da categoria. O presidente participou das cerimônias de transmissão de cargo do ministro da Defesa e dos comandantes da Marinha, Aeronáutica e Exército, além de jantares de confraternização em homenagem a colegas de farda.
No período, Bolsonaro foi a somente um evento fora dos palácios do Planalto e da Alvorada que não girava em torno dos militares: a solenidade de posse de novos procuradores da República.
Filhos marcam presença
Os filhos de Bolsonaro também marcaram presença no Planalto neste primeiro mês. Até o dia 17, por exemplo, o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) já havia sido mais recebido pelo pai no palácio do que 18 dos 22 ministros.
O senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) diminuiu as aparições em público desde a revelação de movimentações suspeitas dele e do ex-assessor Fabrício Queiroz, mas o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) pôde ser visto em ida ao Planalto. Em uma oportunidade, ele entrou pela entrada principal do edifício acompanhado da mulher, Heloísa Wolf.
A maior parte do restante da agenda presidencial foi dedicada a reuniões com ministros de Estado, à primeira visita oficial de um chefe de Estado que recebeu em Brasília - o presidente da Argentina, Mauricio Macri - e à estreia internacional no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça.
Bolsonaro ficou quatro dias no país europeu. Ele discursou em sessão plenária, se reuniu com outros chefes de Estado, conversou com empresários e jantou com personalidades, como a rainha da Jordânia, Rania, e o presidente da Apple, Tim Cook.
Com exceção de quando esteve na Suíça junto a uma parte dos ministros, Bolsonaro promoveu reunião ministerial toda semana no Planalto.
Ao ser internado no domingo (28) para cirurgia em São Paulo, Mourão o substituiu no comando de um encontro das pastas nesta terça (29) para tratar de providências perante a tragédia de Brumadinho.
Na estreia do governo, o presidente ainda preferiu promover poucas solenidades abertas a convidados e à imprensa no Palácio do Planalto. Foram cinco: a cerimônia de transmissão de cargo de ministros que trabalham no palácio, de presidentes de bancos estatais, a assinatura do decreto que flexibilizou a obtenção de posse de armas, a assinatura de Medida Provisória que pretende coibir fraudes na Presidência Social e a visita de Macri. Aos finais de semana, Bolsonaro preferiu permanecer em Brasília, ao contrário do antecessor, Michel Temer (MDB), que costumava viajar a São Paulo, onde mantém residência, às sextas à tarde.
Os sábados e domingos foram aproveitados tanto no Palácio da Alvorada, onde se instalou com a família no início do mês, quanto na Granja do Torto, outra residência oficial, mais parecida com uma chácara nos arredores do Plano Piloto. A Granja foi o local escolhido por Bolsonaro durante a transição.
Antes de assumir a Presidência, Bolsonaro morava com a primeira-dama, Michelle, a filha, Laura, e a enteada, Letícia, no Rio de Janeiro. Para reforçar a segurança do presidente quando na cidade, o GSI está montando um novo escritório no local.
No domingo passado, Bolsonaro foi operado em hospital na capital paulista para reverter a colostomia sofrida após ataque de faca na cidade mineira de Juiz de Fora, em setembro, na campanha eleitoral. A expectativa é que ele receba alta médica até o final da próxima semana para, então, retornar a Brasília. Enquanto isso, despachará de gabinete montado no quarto.
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