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Porta-voz nega que "tsunami" citado por Bolsonaro tenha relação com Flávio

27.nov.2018 - Jair Bolsonaro e Flávio Bolsonaro após reunião com a equipe do governo de transição - Adriano Machado/Reuters
27.nov.2018 - Jair Bolsonaro e Flávio Bolsonaro após reunião com a equipe do governo de transição Imagem: Adriano Machado/Reuters

Marcela Leite

Do UOL, em São Paulo

13/05/2019 20h02

Três dias depois de o presidente Jair Bolsonaro (PSL) falar na possibilidade de um "tsunami" nesta semana, o porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, negou que referência fosse a autorização judicial para obtenção de dados bancários e fiscais de Flávio Bolsonaro (PSL), filho do presidente, revelada hoje.

"O presidente deveria ser vidente para, falando de tsunami semana passada, identificar que seria alguma coisa referente à quebra de sigilo do senador Flávio Bolsonaro", disse o porta-voz.

Rêgo Barros respondia a uma jornalista da TV Globo, que perguntava se o presidente se referia à:

  • Medida Provisória da estrutura do governo, cuja votação foi interrompida na semana passada diante da possibilidade de derrota no Congresso;
  • Possibilidade de demissão do ministro Santos Cruz, alvo de críticas do polemista Olavo de Carvalho
  • Investigação sobre Flávio Bolsonaro e seu ex-assessor Fabrício Queiroz.

Rêgo Barros, assim como Bolsonaro na última semana, não explicou o que Bolsonaro quis dizer com a fala. Na última sexta, Bolsonaro disse:

"Assim estamos governando. Alguns problemas? Sim. Talvez tenha um tsunami na semana que vem, mas a gente vence esse obstáculo aí com toda certeza. Somos humanos, alguns erram. Alguns erros são perdoáveis. Outros, não"

Questionado sobre o contexto da fala, Rêgo Barros disse que "o presidente comentou o que falou em tese, levando em consideração os vários desafios que o governo tem pela frente".

Conforme noticiado hoje pelo jornal O Globo, a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Flávio Bolsonaro e de Queiroz foi determinada pelo juiz Flávio Nicolau, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.

A investigação do Ministério Público do Rio de Janeiro começou em 2018, depois de um relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) mostrar que o ex-assessor fez movimentações financeiras atípicas.

As investigações iniciadas pelo órgão vinculado ao Ministério da Justiça e da Segurança Pública indicam que Queiroz teria movimentado R$ 7 milhões em um período de três anos, no qual ganhava um salário de R$ 23 mil no gabinete de Flávio na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro)