Justiça autoriza, e Temer é transferido para unidade da PM em São Paulo
Cerca de duas horas depois da decisão da juíza federal Caroline Figueiredo, o ex-presidente foi transferido para o Comando de Policiamento de Choque da PM (Polícia Militar) de São Paulo, na Luz, região central da capital paulista.
A defesa chegou a pedir a transferência, mas para o Batalhão Romão Gomes da Polícia Militar. No entanto, na manhã de hoje o Ministério Público sugeriu que o ex-presidente fosse levado ao local em que está agora.
Desde a última quinta-feira (9), o ex-presidente estava detido na Superintendência da PF (Polícia Federal), na Lapa - a cerca de 10 quilômetros do local onde ficará detido. Amanhã, o STJ julga um recurso do ex-presidente para que ele seja solto.
No meio do caminho, Temer foi levado para o Instituto Médico Legal (IML), onde passou por exames.
Na PM, ele deverá ficar preso em uma sala de Estado Maior. A defesa de Temer havia feito o pedido de transferência para que seu cliente fosse levado para a PM. A juíza substitui o magistrado Marcelo Bretas, titular da 7ª Vara Federal no Rio, que está em férias.
A PF foi a responsável por transferir Temer para o novo local de custódia. Ela deve "adotar as cautelas necessárias a fim de assegurar a integridade física do custodiado, bem como evitar exposições desnecessárias de sua imagem", segundo despacho da magistrada. A transferência deverá ser por viatura descaracterizada.
Segundo a magistrada, no prédio da PM, a custódia "será cumprida de forma mais conveniente" porque o local "já possui instalações adequadas para o seu recebimento".
Sala improvisada
A PF já havia relatado que não tinha condições de ter a custódia do ex-presidente. O delegado regional executivo da PF paulista, Luiz Roberto Godoy, havia dito que não havia conseguido "sala com as condições adequadas para o receber o preso Michel Miguel Elias Temer Lulia" e pediu sua transferência imediata.
Na PF, Temer passou a primeira noite em uma sala improvisada no 9º andar do prédio, sem banheiro privativo, originalmente usada para reuniões. No entanto, no dia seguinte foi levado para uma sala com banheiro e frigobar.
Já o comandante da PM paulista, Alexandre Gasparian, disse, em ofício à 7ª Vara, que tinha condições de receber Temer. Ele não passou detalhes à 7ª Vara sobre como é a sala em que ficará o ex-presidente.
O ex-presidente é acusado pela força-tarefa da Operação Lava Jato no Rio de participação em um esquema de corrupção envolvendo a Eletronuclear e a usina de Angra 3. Sobre essa investigação, ele é réu em dois processos na 7ª Vara no Rio.
*Colaborou Marcela Leite, em São Paulo
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