Petrolina adia título de cidadão a Bolsonaro um dia antes de visita
A Câmara de Vereadores de Petrolina (PE) adiou hoje a análise de projeto que concede o título de cidadão petrolinense ao presidente Jair Bolsonaro (PSL) um dia antes de sua visita à cidade, marcada para esta sexta (24).
O projeto de decreto legislativo de autoria do vereador Elias Jardim (PHS) estava previsto para ser votado nesta quinta-feira, mas, após protestos de moradores contra o presidente na Casa, foi retirado de pauta.
O texto foi apresentado pelo vereador na terça passada (18), após a confirmação de que Bolsonaro iria a Petrolina. Na ocasião, ele justificou que o presidente merece o título por ajudar a promover obras de infraestrutura no sertão nordestino e pelos "grandes esforços feitos para retirar o Brasil de uma grande crise".
Jovens foram à Casa para protestar contra presidente e estenderam faixas nas paredes da sala do plenário. Uma tinha os dizeres "Bolsonaro é inimigo da educação". Outra, "Fora Bolsonaro e seu governo militar anti-povo e vende pátria". Também foram distribuídas plaquinhas com "petrolinense não".
Embora tenha sido retirado de pauta hoje, a ação não impede que o projeto possa ser analisado depois.
A próxima sessão ordinária da Câmara deverá ocorrer na terça que vem (28).
Pela manhã desta sexta, Bolsonaro participa de reunião do conselho deliberativo da Sudene (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste) com governadores da região. Além do anfitrião, Paulo Câmara (PSB), são esperados todos os demais governadores da região, além dos de Minas Gerais e Espírito Santo.
À tarde, em Petrolina, no semiárido pernambucano, Bolsonaro entrega um conjunto habitacional do programa Minha Casa, Minha Vida. O atual prefeito do município, Miguel Coelho (PSB), é filho do líder do governo no Senado, senador Fernando Bezerra Coelho (MDB).
Pesquisa Ibope/CNI de abril, a mais recente disponível, mostra que o Nordeste é onde Bolsonaro tem a pior avaliação de seu governo. Na região, 40% avaliam Bolsonaro como ruim ou péssimo, 58% dizem não confiar nele e 55% desaprovam seu modo de governar.
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