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Ao lado do casal Moro, Bolsonaro exalta ministro ao assinar nova MP

Vanessa Alves Baptista

Do UOL, em São Paulo

17/06/2019 18h39Atualizada em 17/06/2019 20h11

O presidente Jair Bolsonaro voltou a exaltar o ministro da Justiça, Sergio Moro, ao assinar hoje uma medida provisória que acelera o processo de venda de bens apreendidos do tráfico de drogas.

Na presença da mulher do ministro, Rosangela Moro, o presidente disse que Moro é um "símbolo que quer mudar o seu país" e "motivo de honra, satisfação, orgulho" não só para Bolsonaro, "mas para todos os brasileiros".

Ao agradecer a presença de Rosangela no evento, o presidente disse que a mulher do ministro, assim como todas as esposas, tem um papel importante na vida de Moro. "A gente encontra refúgio muitas vezes no lar. Uma companheira de fé ao seu lado é que te faz tomar decisões mais sensatas e enfrentar esses mares bravios que temos pela frente", afirmou.

Rosangela Moro, mulher do ministro da Justiça, Sergio Moro, participa de evento no Planalto no qual foi assinado a MP do confisco de bens de traficantes - Fátima Meira/Futura Press/Estadão Conteúdo - Fátima Meira/Futura Press/Estadão Conteúdo
Rosangela Moro, mulher do ministro da Justiça, Sergio Moro, participa de evento no Planalto no qual foi assinado a MP do confisco de bens de traficantes
Imagem: Fátima Meira/Futura Press/Estadão Conteúdo

Em meio à crise do vazamento de supostas conversas do então juiz Moro com procuradores da força-tarefa da operação Lava Jato em Curitiba, o presidente tem reiteradamente defendido o ministro e, na sexta-feira (14), disse ser "zero" a possibilidade de demiti-lo.

"Combate ao crime com recursos do crime"

Ao apresentar a MP do confisco de bens de traficantes, Moro disse que o objetivo do governo é vender o mais rapidamente possível os bens confiscados. Segundo o ministro, no ano passado havia 60 mil bens apreendidos, mas o governo só tinha capacidade de vender 2.000 por ano.

"O ministério não tinha capacidade de realizar a venda em tempo hábil", afirmou. "A ideia é vendermos mais rapidamente esses bens e o dinheiro servirá para comprar mais armamento para a polícia, para campanhas contra as drogas e a prevenção e o atendimento a dependentes químicos."

A MP assinada pelo presidente também autoriza a contratação temporária de engenheiros em projetos de construção de presídios.

"A medida vai dar munição para Moro poder de fato ter recursos para combater aquilo que aflige a todos nós. Não podemos falar em combater o crime no Brasil se não começarmos com as cabeças que movimentam dinheiro, o pessoal da lavagem de dinheiro, da corrupção", afirmou o presidente durante o evento no Planalto.

Mais cedo, em post nas redes sociais, Bolsonaro disse que o governo vai "combater o crime com recursos do crime".

A legislação brasileira já prevê que bens apreendidos em ações de combate a crimes como o tráfico de drogas e a lavagem de dinheiro possam ser leiloados e que os recursos arrecadados sejam repassados aos cofres públicos.

Segundo o governo, apesar de a lei prever a alienação antecipada, o Judiciário não tem tido estrutura para fazer a gestão desses bens mais rapidamente. Mesmo depois de alienado pela Justiça, um carro apreendido com um traficante, por exemplo, precisa de uma autorização judicial para ir a leilão.

O governo Bolsonaro teve início em 1º de janeiro de 2019, com a posse do presidente Jair Bolsonaro (então no PSL) e de seu vice-presidente, o general Hamilton Mourão (PRTB). Ao longo de seu mandato, Bolsonaro saiu do PSL e ficou sem partido até filiar ao PL para disputar a eleição de 2022, quando foi derrotado em sua tentativa de reeleição.