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Pela segunda vez, Palocci não depõe à CPI do BNDES

Reprodução/Justiça Federal do Paraná
Imagem: Reprodução/Justiça Federal do Paraná

Guilherme Mazieiro

Do UOL, em Brasília

19/06/2019 10h16

O ex-ministro Antonio Palocci não prestou depoimento, pela segunda vez, à CPI (comissão Parlamentar de Inquérito) do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Social e Econômico). A audiência estava marcada para manhã de hoje, mas a falta de uma autorização do ministro relator da Lava Jato, Edson Fachin, impediu o depoimento.

O impasse se dá pelo envolvimento de Palocci na Lava Jato. O ex-ministro tem um acordo de delação premiada sob sigilo em andamento e teme prejuízo do acordo. Ele foi ministro da Fazenda no primeiro mandato de Lula, coordenou a campanha de Dilma Rousseff em 2010 e foi nomeado por ela para o ministério da Casa Civil no ano seguinte.

A PGR (Procuradoria Geral da República), onde foi firmada a delação, se manifestou favorável ao depoimento de Palocci. A autorização foi oficializada na noite de ontem e remetido a Fachin. A CPI aguarda, agora, despacho de Fachin para homologar a autorização para Palocci falar, mesmo com o acordo em sigilo.

Nesse caso, quando homologado, o depoimento será colhido também sob sigilo e não poderá ser acompanhado pela imprensa e assessores. O seu conteúdo também deverá ser mantido em segredo até as informações virem à tona pela Justiça.

A defesa do ex-ministro teme a divulgação de informações sigilosas e evita a exposição. Ele está em prisão domiciliar desde o fim do ano passado e, dias antes do segundo turno da disputa para a Presidência, o ex-juiz federal e atual ministro da Defesa e Segurança Pública, Sergio Moro, tornou público o depoimento de Palocci à Justiça Federal do Paraná.

O presidente da comissão, Vanderlei Macris (PSDB-SP), vai definir uma nova data para ouvir o ex-ministro petista."O depoimento dele será muito importante, queremos que todo o rito legal seja cumprido para podermos ouvi-lo", disse Macris ao UOL.

A CPI investiga suspeita de crimes de empréstimos do BNDES a empresas brasileiras e a países africanos e latinos durante a gestão petista.

As suspeitas são de que houve favorecimento para liberar crédito às empresas que financiavam campanhas políticas, como JBS e Odebrecht. O ex-presidente do banco Joaquim Levy prestará depoimento em 26 de junho.

O UOL não conseguiu contato com a defesa de Palocci.

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