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Rede, de Marina, vai ao STF e diz que Bolsonaro faz retaliação a jornais

6.ago.2019 - Jair Bolsonaro (PSL) visita nova fábrica em Itapira (SP) e critica imprensa - Luciano Claudino/Estadão Conteúdo
6.ago.2019 - Jair Bolsonaro (PSL) visita nova fábrica em Itapira (SP) e critica imprensa Imagem: Luciano Claudino/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

10/08/2019 15h54

A Rede Sustentabilidade protocolou neste sábado (10) uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) no Supremo Tribunal Federal contra um ato do presidente Jair Bolsonaro (PSL) que o partido interpreta como uma "clara retaliação à imprensa nacional".

O partido de Marina Silva questiona a Medida Provisória 892, assinada na terça (6), que desobriga as empresas de capital aberto a publicarem os balanc?os financeiros em vei?culos impressos.

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Após a publicação da medida, Bolsonaro afirmou que o ato era resposta ao que chama de ataques de alguns veículos de comunicação.

"[Fui eleito] Sem TV, sem tempo de partido ou recursos, com parte da mi?dia todo dia esculachando a gente. Chamando de racista, homofo?bico, fascista. No dia de ontem eu retribui parte do que grande parte da mi?dia me atacou", afirmou o presidente.

Na ação, os parlamentares da Rede afirmam que há um explícito desvio de finalidade da MP redigida por Bolsonaro, ficando claro de se tratar de "retaliação à imprensa, que se apresenta como ataque às liberdades de imprensa, expressão e informação".

O partido ainda diz que Bolsonaro editou uma medida quatro meses depois de uma lei similar ter sido aprovada - a Lei 13.818/2019, que diz que as empresas com ações na Bolsa podem publicar versões resumidas dos balanços em jornais impressos e versões completas nas edições digitais.

Dias após a publicação da MP, Bolsonaro afirmou que o objetivo era colaborar com a preservação da Amazônia ao diminuir o número de papel gasto para a impressão dos balanços.

Ontem, Bolsonaro voltou a atacar repórteres que o acompanham e disse: "se excesso jornalístico desse cadeia, todos vocês estariam presos".

O governo Bolsonaro teve início em 1º de janeiro de 2019, com a posse do presidente Jair Bolsonaro (então no PSL) e de seu vice-presidente, o general Hamilton Mourão (PRTB). Ao longo de seu mandato, Bolsonaro saiu do PSL e ficou sem partido até filiar ao PL para disputar a eleição de 2022, quando foi derrotado em sua tentativa de reeleição.