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Toffoli: Estado não está gerando empregos, e Congresso deve assumir função

Presidente do STF participou de palestra realizada hoje na sede da Força Sindical, em São Paulo - Ana Carla Bermúdez/UOL
Presidente do STF participou de palestra realizada hoje na sede da Força Sindical, em São Paulo Imagem: Ana Carla Bermúdez/UOL

Ana Carla Bermúdez

Do UOL, em São Paulo

30/08/2019 12h58

O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Dias Toffoli, disse hoje que o Estado não está gerando empregos, e defendeu que o Congresso Nacional tome a frente nessa questão, desenvolvendo políticas públicas que resolvam o problema.

"O Estado não está gerando empregos. Precisamos colocar essa questão de geração de empregos na mesa e decidir políticas públicas no Congresso para que isso possa se resolver", disse o ministro a um auditório repleto de sindicalistas em uma palestra realizada hoje na sede da Força Sindical, em São Paulo.

Dados divulgados hoje pelo IBGE apontam que o desemprego atinge 12,6 milhões de pessoas no país — o que corresponde a 11,8%, em média, no trimestre encerrado em julho. Houve uma queda em relação ao trimestre anterior, quando foi registrada uma taxa de 12,5%, devido ao aumento na informalidade.

"Muito tem se falado em reforma da Previdência, de pacto federativo, mas não está se falando como deveria em desenvolvimento de empregos", defendeu o ministro.

Toffoli, no entanto, disse que "não adianta" procurar por culpados pelo desemprego. Segundo ele, é preciso "olhar para a frente".

Em um aceno aos sindicalistas, o ministro criticou o fim da contribuição sindical obrigatória, extinta na reforma trabalhista realizada na gestão de Michel Temer (MDB).

Toffoli também fez uma defesa contundente da Justiça do Trabalho e refutou críticas de que o judiciário é oneroso.

"A Justiça do Trabalho é importante", defendeu. "Porque, em país em que cumprir as leis ainda é difícil muitas vezes, a existência da Justiça do Trabalho é relevante e necessária para garantir os direitos de todos nós, que somos trabalhadores", completou.

Dias Toffoli foi recebido pela Força Sindical com faixa que saudava o STF - Ana Carla Bermúdez/UOL - Ana Carla Bermúdez/UOL
Dias Toffoli foi recebido pela Força Sindical com faixa que saudava o STF
Imagem: Ana Carla Bermúdez/UOL

Na mesa, Toffoli ficou entre o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, e o atual presidente da Força Sindical, Miguel Torres. Participaram também da mesa o deputado Orlando Silva (PCdoB) e outras pessoas ligadas ao movimento sindical.

Antes da fala de Toffoli, lideranças sindicais fizeram elogios ao ministro e agradeceram a presença dele no sindicato.

"Nossa democracia só não está pior hoje graças ao Toffoli e ao Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados", disse Paulinho da Força.

"Vamos continuar defendendo o STF e o Congresso Nacional porque essas duas pernas garantem a nossa democracia. Pode ter certeza de que vamos às ruas defender os interesses do Supremo e do congresso", completou o deputado. Ele, então, puxou um grito da plateia por "emprego, democracia e direitos já".

Ataques ao STF

Toffoli também fez críticas ao que chamou de "ataques à cúpula do STF". Sem citar nomes de pessoas ou movimentos, disse que "a democracia deve ser cotidianamente defendida" e que "atacar o judiciário é atacar cada cidadão brasileiro".

No último domingo (25), convocados por movimentos como o Nas Ruas e o Vem Pra Rua, manifestantes foram às ruas contra o projeto de abuso de autoridade, aprovado na Câmara dos Deputados, e pelo impeachment de Toffoli da presidência do STF.

O ministro ainda disse que as fake news divulgadas em redes sociais "trazem a disseminação do medo, que se transforma em ódio e separa as pessoas".

"Não podemos construir uma sociedade em que o ódio esteja presente", afirmou.

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