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Bivar dilui ala bolsonarista e amplia poder em executiva do PSL

O presidente do PSL, Luciano Bivar - Clara Gouvêa/UOL
O presidente do PSL, Luciano Bivar Imagem: Clara Gouvêa/UOL

Hanrrikson de Andrade e Guilherme Mazieiro

Do UOL, em Brasília

18/10/2019 14h28

Dos 34 novos membros da nova executiva nacional do PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, apenas 20% são ocupadas por adeptos da ala chamada "bolsonarista", isto é, o grupo leal ao mandatário e que trava uma guerra interna contra a cúpula da sigla. A composição foi definida hoje em convenção realizada em Brasília.

A maioria é ligada ao comandante da legenda, o deputado federal Luciano Bivar, que, dessa forma, amplia o controle das ações partidárias. A tática tem como pano de fundo a convenção nacional do PSL prevista para novembro, quando será eleita a nova diretoria. Na ocasião, serão efetivados ou não os membros indicados hoje para a executiva.

Bivar e a ala bolsonarista travam uma disputa de poder recheada de declarações polêmicas via redes sociais e negociações de bastidor. O auge do conflito foi a tentativa frustrada, por parte dos fiéis ao presidente, de derrubar o atual líder na Câmara, Delegado Waldir, em favor da nomeação do filho de Bolsonaro, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).

A direção decidiu ampliar o número de vagas na executiva de 101 para 153. Entre os bolsonaristas estão a senadora Soraya Thronicke (MS) e os deputados federais General Peternelli (SP), Coronel Chrisóstomo (RO), Ricardo Pericar (RJ), Loester Trutis (MS), Guiga Peixoto (SP), Luiz Lima (RJ) e Professor Joziel (RJ). O restante é ligado a Bivar.

A convenção de hoje também resultou na suspensão das atividades partidárias de cinco parlamentares fiéis a Bolsonaro. A decisão foi confirmada pelo líder da legenda no Senado, Major Olimpio (SP). Segundo ele, os nomes são: Carla Zambelli (SP), Bibo Nunes (RS), Alê Silva (MG), Filipe Barros (PR) e Carlos Jordy (RJ).

Com a suspensão, os parlamentares não podem mais assinar listas para trocar a liderança do partido na Câmara. Também não está definido por quanto tempo ficarão suspensos.

"Nós não temos pressa com nada. Nem para praticar injustiça. Temos cinco parlamentares que tiveram suspensão decretada pela Executiva nacional. As demais representações em relação às condutas de cada um poderá ser feita e será feita", disse Olimpio.

O senador nega que seja uma retaliação aos parlamentares. "Mas nada disso vai ser feito no afogadilho, não é para dar resposta numa briga. Estamos tentando serenar os ânimos. Vamos dentro do diálogo ver o que é possível em relação a isso", considerou.