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Joice Hasselmann cita traição e critica Bolsonaro após perder liderança

A então líder governista no Congresso, Joice Hasselmann, discursa durante a votação da Reforma da Previdência - Mateus Bonomi/Agif/Estadão Conteúdo
A então líder governista no Congresso, Joice Hasselmann, discursa durante a votação da Reforma da Previdência Imagem: Mateus Bonomi/Agif/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

18/10/2019 08h48

Joice Hasselmann, um dos principais nomes que apoiaram a candidatura de Jair Bolsonaro nas eleições do ano passado, perdeu ontem o posto de líder do governo no Congresso.

A decisão do PSL se deu após a deputada se manifestar favoravelmente à manutenção do delegado Waldir foi na liderança do partido na Câmara.

Em entrevista ao "O Globo", Hasselmann explicou que não quis "fazer o jogo" de Eduardo Bolsonaro, filho do presidente.

"Eu já estava esperando que houvesse alguma retaliação, porque eu não quis fazer o jogo que foi proposto pelo Eduardo (Bolsonaro) e um grupo de deputados que que queriam implodir o partido. Até porque isso acaba ferindo uma palavra que foi dada pela maioria do partido a pedido do próprio Eduardo lá no começo do nosso mandato. Eu mesma fui contra fazer um líder por lista, o Eduardo pediu, veio conversar e sugeriu o Waldir. Para apaziguar, demos a palavra que durante esse ano ele seria o líder. Não dá para mudar a palavra de acordo com os ventos".

Hasselmann aproveitou para criticar o próprio presidente que, segundo ela, atuou diretamente no conflito.

"Não achei correto o uso da estrutura do Palácio e da força do próprio presidente para interferir num outro poder, interferir no Poder Legislativo, interferir na escolha direta de um líder, sendo este líder seu filho. Até porque é uma briga absolutamente desproporcional", falou ela ao veículo.

Ao ser questionada se há um sentimento de traição, a deputada revelou que já esperava que isto poderia acontecer.

"Não me sinto traída, apesar de ser uma traição clara, de quem trabalhou pelo governo, pelo presidente, de quem rodou esse país pela reforma da Previdência. Então, é claro que é uma traição absolutamente clara. Mas eu deixei também de forma muito franca que eu jamais seria a primeira a trair. Mas eu sabia que cedo ou tarde eu seria traída, porque é o modus operandi".

Com a troca de cadeiras, as lideranças do governo Bolsonaro no Congresso ficam assim:

  • Líder do governo no Congresso: senador Eduardo Gomes (MDB-TO)
  • Líder do governo no Senado: senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE)
  • Líder do governo na Câmara: deputado Major Vítor Hugo (PSL-GO)