Casos em SP e CE elevam a 10 o número de prefeitos assassinados em 3 anos
Resumo da notícia
- Prefeitos foram mortos na semana Natal no Ceará e em São Paulo
- Dez eleitos em 2016 foram assassinados em três anos
- Região Norte é a que teve mais casos no período
- Pelo menos outros quatro prefeitos sofreram tentativas de homicídio
Às vésperas de um ano com eleições municipais, o Brasil viu dois prefeitos serem assassinados nesta semana: em Granjeiro (CE) e em Ribeirão Bonito (SP). Com estes casos, subiu para dez o número de prefeitos eleitos em 2016 mortos nestes últimos três anos, de acordo com levantamento feito pelo UOL.
A região Norte é a que tem mais casos no total: foram quatro assassinatos. A reportagem também contabilizou ao menos quatro tentativas de homicídio contra prefeitos do país no período.
Houve, ainda, um incidente apontado como suicídio. O levantamento não inclui crimes cometidos contra outros políticos, como vereadores e ex-prefeitos.
Prefeito investigado
Em Granjeiro, no sul do Ceará, o prefeito João Gregório Neto (PL) foi baleado pelas costas quando caminhava ao lado de um açude perto de sua casa, na véspera de Natal. Os atiradores teriam passado de carro pelo local.
Em 2018, Neto fora alvo de uma operação da Polícia Federal contra fraudes em contratos para a construção de escolas. Na ocasião, os policiais chegaram a apreender R$ 213 mil em espécie na casa dele.
Tucanos assassinados em SP
Em Ribeirão Bonito, na região central de São Paulo, o prefeito Chiquinho Campaner (PSDB) foi morto a tiros anteontem em uma estrada rural. Dois homens encapuzados teriam chegado em uma moto e interceptado o veículo do político.
O chefe de gabinete da prefeitura, Edmo Marquetti, e Ary Santa Rosa, que seria amigo do prefeito, também foram baleados.
Campaner levou um tiro na cabeça e três no peito. Ele era empresário, tinha exercido quatro mandatos como vereador e estava no primeiro mandato como prefeito. O tucano chegou a enfrentar uma ação civil pública por improbidade administrativa, que acabou arquivada pela Justiça.
O caso amplia o histórico de políticos do PSDB assassinados no estado. Ele foi o terceiro prefeito tucano morto a tiros em São Paulo em menos de dez anos. Os outros casos aconteceram em Jandira (na região metropolitana de São Paulo), onde Braz Paschoalin morreu baleado em 2010, e em Elias Fausto, na região de Campinas, onde a vítima foi Laércio Betarelli, em 2015.
Políticos acusados de envolvimento
Em julho deste ano, o prefeito de Naque (MG), no Vale do Rio Doce, Hélio Pinto de Carvalho (PSDB), foi morto a tiros pelo vereador Marcos Alves de Lima (PSDC).
Os dois discutiram por causa de um terreno. Lima, que foi detido, alegou que agiu em legítima defesa porque teria sido agredido com um chicote.
No Maranhão, a Polícia Civil concluiu que o vice-prefeito de Davinópolis, no sudoeste do Maranhão, José Rubem Firmo (PCdoB) encomendou o assassinato do prefeito Ivanildo Paiva (PRB). A polícia deteve o vice e outros sete suspeitos de participação no crime.
De acordo com a investigação, Firmo estaria insatisfeito porque Paiva não teria cumprido promessas feitas a ele durante a campanha eleitoral. Baleado, o corpo foi encontrado perto da chácara do prefeito.
Outros casos
Também foram assassinados os seguintes prefeitos eleitos em 2016:
- Moisés Costa da Silva (MDB), em Miracema do Tocantins (TO), em 2018;
- Chico Pernambuco (PSB), em Candeias do Jamari (RO), em 2017;
- Diego Kolling (PSD), em Breu Branco (PA), em 2017;
- Jones William (MDB), em Tucuruí (PA), em 2017;
- Esvandir Antônio Mendes (PSB), em Colniza (MT), em 2017;
- Loir Drevek (MDB), em Piên (PR), morto ainda em 2016, antes de tomar posse.
O caso do prefeito de Nicolau Vergueiro (RS), Evandro Diehl (MDB), encontrado enforcado na sede da administração municipal foi tratado como suicídio.
Pelo menos quatro prefeitos foram alvos de tentativas de homicídio no período:
- Edimar Barbosa (MDB), em Ouro Branco (AL), em 2019;
- Elson Lino de Aguiar (MDB), em Novo Acordo (TO), em 2019;
- Dirceu Bettoni (PSDB), em Paranhos (MS), em 2018;
- Adalberto Mascarenhas (PSB), em Riacho Frio (PI), em 2017.
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