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Maia diz que votará calamidade pública hoje na Câmara

Presidente da Câmara admitiu que a sessão deve ser longa, mas pretende aprovar o projeto hoje; ele ainda sinalizou que é a favor - Adriano Machado/Reuters
Presidente da Câmara admitiu que a sessão deve ser longa, mas pretende aprovar o projeto hoje; ele ainda sinalizou que é a favor Imagem: Adriano Machado/Reuters

Guilherme Mazieiro

Do UOL, em Brasília

18/03/2020 16h55Atualizada em 18/03/2020 17h26

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que votará hoje o decreto de calamidade pública, que foi pedido pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). A mensagem assinada pelo presidente considerou que a medida é necessária para evitar que a máquina pública trave.

Maia admitiu que a sessão deve ser longa, mas que pretende aprovar o projeto hoje. Ele sinalizou que é favorável ao texto. As declarações aconteceram minutos após uma entrevista coletiva dada por Jair Bolsonaro junto a ministros.

Se aprovado, o texto seguirá para o Senado.

A preocupação do governo é em ampliar recursos para combater o avanço do vírus e ter autorização para descumprir a legislação orçamentária, a qual impõe limites ao gasto da União.

"Mais importante do que uma reunião hoje é aprovar aquilo que é urgente", disse Maia. Ele se referiu a uma reunião para a qual foi convidado pelo presidente Bolsonaro, hoje à noite. O presidente da Câmara respondeu que está à disposição para se encontrar com o presidente desde que haja uma pauta definida.

"O governo vai ter liberdade para garantir a aplicação de recursos, primeiro na Saúde. Depois junto com isso todo impacto na economia, na vida das pessoas. Para que as pessoas possam viver minimamente", declarou Maia sobre o decerto de calamidade.

Além disso, após a entrevista de Bolsonaro à imprensa, no Palácio do Planalto, o presidente da Câmara disse que pela primeira vez o governo começou a se preocupar com vidas das pessoas.

"Hoje vi uma foto de um governo tentando organizar a crise. Acho que hoje, pela primeira vez, a gente viu uma foto em que a sociedade fale: agora sim começaram a se preocupar com a vida das pessoas", elogiou.

Indireta a Guedes

Mas Maia fez uma crítica indireta ao ministro Paulo Guedes (Economia), que tentava manter o rigor fiscal das contas públicas em meio aos casos do novo coronavírus.

"A pessoa que fica fixada em uma posição vendo um tsunami chegar no Brasil é uma pessoa que está com algum problema. Fixação em meta fiscal, com o tsunami que a gente vai ter na economia e na saúde pública, é uma pessoa que não está com a cabeça no lugar", declarou.

Ele entende que a fixação no curto prazo por equilíbrio fiscal e redução de gastos "vai na linha do suicídio político para todos". Maia justificou que as reformas econômicas são importante no médio e longo prazo, "no curto prazo são as vidas das pessoas".

O deputado ainda cobrou mais medidas para fiscalizar passageiros que desembarquem nos aeroportos do País. "Ainda dá tempo de o governo, pelo menos nos aeroportos, exigir uma fiscalização melhor das pessoas que chegam no Brasil. Até agora nada foi feito e isso é muito ruim", avaliou.

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