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The Economist: 'Bolsonaro se isola do jeito errado e tem ciúme de Mandetta'

Charge publicada pela revista britânica The Economist - reprodução/The Economist
Charge publicada pela revista britânica The Economist Imagem: reprodução/The Economist

Do UOL, em São Paulo

09/04/2020 23h36

Um texto publicado hoje pela conceituada revista The Economist, do Reino Unido, avalia que Jair Bolsonaro (sem partido) decidiu se isolar "do jeito errado" na crise do novo coronavírus — em referência ao isolamento social proposto pela OMS (Organização Mundial da Saúde) — e parece ter ciúme de seu ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.

"Jair Bolsonaro se isola do jeito errado", anuncia o título, acompanhado de uma charge. A ilustração mostra o presidente da República afundando a cabeça em um lago, que, na verdade, é o centro da bandeira do Brasil. "Um a um, os negacionistas fizeram suas pazes com a ciência e a medicina. Somente quatro líderes do mundo continuam negando a ameaça de saúde pública da covid-19", relata a revista, citando Bielorrussia, Turcomenistão — que proibiu o uso da palavra "coronavírus" —, Nicarágua e Brasil.

"A decisão de Bolsonaro de minar os esforços de seu próprio governo para conter o vírus podem marcar o começo do fim de sua presidência", acrescenta a The Economist. A publicação diz que os primeiros 15 meses do governo Bolsonaro se basearam em "bravatas de macho e ignorância" e, agora, ele se desentende com Mandetta na abordagem contra a covid-19.

Para o autor, o presidente demonstra sentir "ciúme da popularidade crescente de um ministro que, na visão dele, precisa ser mais humilde"; além disso, a The Economist opina que o governo parece tratar Bolsonaro como um "familiar difícil de lidar e com sinais de insanidade", ao passo em que conta com o apoio de "um pequeno círculo de fanáticos ideológicos que inclui seus três filhos, a fé de evangélicos e pela falta de informação de muitos brasileiros sobre o coronavírus".

Na última semana de março, a revista já havia criticado Bolsonaro pelo tratamento dado à pandemia. O texto em questão acusava o presidente da República de ser "complacente" com o vírus e agir como "um dos vetores da doença covid-19".