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Moro indica possíveis crimes de Bolsonaro, diz presidente da OAB

Retrato de Felipe Santa Cruz, Presidente da OAB - Fernando Moraes/UOL
Retrato de Felipe Santa Cruz, Presidente da OAB Imagem: Fernando Moraes/UOL

Herculano Barreto Filho

Do UOL, no Rio

24/04/2020 13h14

Resumo da notícia

  • Felipe Santa Cruz disse ter solicitado análise de implicações jurídicas ao presidente
  • Presidente da OAB também lamenta "nova crise patrocinada pelo governo"

O advogado Felipe Santa Cruz, presidente nacional da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), disse que as declarações dadas por Sergio Moro ao anunciar hoje a sua saída do Ministério da Justiça e Segurança Pública indicam possíveis crimes praticados pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Ele disse ter solicitado uma análise detalhada do pronunciamento e suas implicações jurídicas à Comissão de Estudos Constitucionais da OAB.

"Foram muito graves as declarações do ministro Sergio Moro ao comunicar sua demissão, indicando possíveis crimes por parte do presidente da República. É lamentável que, no dia seguinte ao país registrar mais de 400 mortos pela pandemia, estejamos todos em meio a nova crise patrocinada pelo governo", disse o advogado, em nota.

Felipe Santa Cruz também se manifestou em sua conta no Twitter, reafirmando o posicionamento de análise de indícios de crimes citados por Moro.

Segundo Moro, Bolsonaro manifestou querer ter acesso a relatórios de inteligência da PF (Polícia Federal).

Mais tarde, o presidente da OAB voltou a tuitar sobre o teor da entrevista de Moro. Ele contestou a condição apresentada pelo então juiz, que disse que só aceitaria assumir o cargo se a sua família recebesse assistência caso "algo acontecesse com ele". Segundo Santa Cruz, não há base legal para esse tipo de acordo.

No STF por falar de morte de pai de Felipe na ditadura

No fim de julho do ano passado, Bolsonaro provocou o presidente da OAB ao dizer que poderia "contar a verdade" sobre como o pai dele desapareceu durante a ditadura militar no país. Felipe é filho de Fernando Augusto de Santa Cruz Oliveira, integrante do grupo Ação Popular (AP), organização contrária ao regime militar (1964-1985). Ele foi preso pelo governo em 1974 e nunca mais foi visto.

O presidente da OAB acionou o STF (Supremo Tribunal Federal) para cobrar esclarecimentos. Bolsonaro afirmou, em manifestação ao STF, não ter imputado crime a Fernando Santa Cruz e não ter tido a intenção de ofender a dignidade dele ou de seu filho.

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