Thaís Oyama: Entre Bolsonaro e Moro, militares ficam com o ex-ministro
A demissão de Sergio Moro do Ministério da Justiça causou "constrangimento" entre os militares, segundo informações da colunista do UOL, Thaís Oyama. Na reserva, conta Thaís, a reação é pior ainda: todos preferem o ex-ministro ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
"O que eles [militares da reserva] pensam é tenebroso. Todos ficam com Moro contra Bolsonaro. Estão decepcionados, dizendo coisas como 'o governo acabou', 'a decepção é irreversível'. Na reserva, o ânimo é declaradamente pior do que entre os generais do Palácio [do Planalto]", disse a colunista em conversa com Diogo Schelp e Maria Carolina Trevisan, do podcast "Baixo Clero".
Thaís também comentou sobre o pronunciamento de 45 minutos feito por Bolsonaro no fim da tarde. Para a colunista, o discurso foi uma "calamidade", misturou vitimismo e "non sense" e tinha uma "mente caótica por trás".
Ela ainda avalia que o presidente "disse coisas que serão desmentidas", se referindo à acusação de que Moro havia chantageado Bolsonaro por uma vaga no STF (Supremo Tribunal Federal). "Não tenho dúvidas de que o presidente passou áudios para Moro [no WhatsApp] e não tenho dúvidas de que Moro não faria acusações sem estar respaldado com provas", acrescenta.
'Impeachment é impossível'
Ainda que Bolsonaro acumule crimes de responsabilidade, na avaliação de fontes do governo, um eventual processo de impeachment não seria possível porque o presidente ainda tem altos índices de aprovação. "O que ouço é que é impossível o impeachment de alguém que tem 30% de aprovação. A Dilma tinha 7%", compara Thaís.
A colunista acredita, porém, que a marca de Bolsonaro deve diminuir bastante agora com a saída de Moro. "Logo depois do pronunciamento, as redes [sociais] estavam confusas. A reação [dos bolsonaristas] estava fraca, a oposição tomou conta. Se a situação não se consolidar nas redes, ele vai perder muito apoio", analisa.
Demissão de Moro
Moro pediu demissão do Ministério da Justiça nesta manhã. Ao anunciar sua saída, o ex-juiz federal disse que Bolsonaro teve papel fundamental em sua decisão. Segundo Moro, o presidente o quer "fora do governo".
O agora ex-ministro revelou não ter sido consultado sobre a demissão de Maurício Valeixo do posto de diretor-geral da Polícia Federal. Para Moro, o ato "foi ofensivo" e não teve seu aval, como alega a Secretaria de Comunicação da Presidência.
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