Indicado por Heleno à chefia da Abin trabalhou na Copa do Mundo e Olimpíada

Indicado nesta terça-feira pelo ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), Augusto Heleno, para comandar a Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Frank Márcio de Oliveira chefiou a superintendência estadual da instituição no Rio de Janeiro no período da Copa do Mundo 2014 e dos Jogos Olímpicos, em 2016.

Além disso, foi coordenador de Operações no Centro de Inteligência dos Jogos Panamericanos e Parapanamericanos em 2007, também no Rio. Já aprovado pelo presidente Jair Bolsonaro, o nome de Oliveira precisa passar por uma sabatina no Senado.

A ligação de membros do governo com eventos esportivos é longa. O próprio ministro Heleno foi diretor do Departamento de Comunicação e Educação Corporativa do Comitê Olímpico Brasileiro de 2011 a 2017. Já o atual ministro da Defesa, general Fernando Azevedo, foi presidente da Autoridade Pública Olímpica (APO).

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Oliveira foi número dois da Abin por duas gestões, a de Janér Tesch e a de Alexandre Ramagem, que deixa a agência para comandar a Polícia Federal, e estava neste cargo havia quase quatro anos.

Ainda no governo de transição do presidente Bolsonaro, recebeu o ex-ministro da Justiça Sergio Moro em 17 de dezembro de 2018. Segundo fontes, ele é uma pessoa que, até pelo tempo em que está na direção da agência, conhece o dia a dia do órgão e sempre foi considerado um nome forte entre os colegas porque conseguiria fazer uma administração sem sobressaltos ou dificuldades de transição.

Um concorrente que chegou a aparecer nas apostas dos oficiais de inteligência foi Edgar Dias, ex-adido no Paraguai. Respeitado na categoria e na Polícia Federal por seu nível técnico, atuou na investigação do assalto à base-forte da Prosegur no Paraguai. Ex-policial militar em São Paulo, Dias entrou na Abin nos anos 2000 e tem menos experiência na casa

Já Frank Márcio é oficial desde 1999. Bacharel em segurança pública, foi adido na Colômbia (2011 a 2013) e chefiou a Superintendência da Abin no Rio durante a Copa do Mundo 2014 e na Olimpíada de 2016.

A indicação de Frank atende também a um pedido da cateoria. Ontem, a Associação de Oficiaia de Inteligência (Aofi) divulgou uma nota em que pedia que um integrante da carreira voltasse a assumir a agência.

"É crucial destacar a necessidade de uma inteligência de Estado que seja gerenciada por profissionais de inteligência", iniciou a entidade. "Defendemos que a liderança da Abin, na figura do seu diretor-geral, deve ser exercida por oficial de inteligência, profissional adequado para esse papel por causa de sua formação e compreensão das dificuldades, suscetibilidades e cuidados requeridos na gestão da inteligência de Estado."

Antes de ingressar a Abin, Oliveira era policial militar em Minas Gerais, atuando como piloto de helicóptero em missões policiais e de salvamento aéreo.

Oliveira também atuou como observador internacional na Missão de Verificação da ONU em Angola (1992 a 1993).

Hoje cedo, ao anunciar o indicado, Heleno disse ter convicção "de que a Agência seguirá em boas mãos". Oliveira substituirá Ramagem, que assumiu o cargo de diretor-geral da PF no lugar de Maurício Valeixo.

A exoneração de Valeiro, oficializada na última sexta-feira, foi o estopim para que o ex-juiz Sergio Moro deixasse o Ministério da Justiça.