Haddad vê deslize em frase de Bolsonaro: 'PF não faz segurança de amigo'
Fernando Haddad (PT) apontou um possível deslize em uma das frases ditas por Jair Bolsonaro (sem partido) durante a reunião ministerial do dia 22 de abril. O presidente da República afirmou que quer trocar membros da 'segurança', dando a entender que poderia se referir à sua proteção pessoal e de sua família, mas, em seguida, acrescentou que não esperaria para ver amigos se prejudicarem de alguma forma. O petista pontuou que a Polícia Federal não faz segurança de "amigos" de políticos.
"Se a preocupação do presidente fosse com a segurança da família, ele não se referiria a 'f**** amigo meu'. Não há dúvida. PF não faz segurança de amigo. Nem vou falar do nível do governo. Sem condições!!", escreveu o ex-prefeito de São Paulo, que foi candidato à presidência da República em 2018 e disputou o segundo turno com o próprio Bolsonaro.
O vídeo é apontado como prova por Sergio Moro, ex-ministro da Justiça e da Segurança Pública, para a acusação de que Bolsonaro teria tentado interferir no comando da Polícia Federal para benefício próprio.
Em um trecho, no qual parece bastante exaltado, o presidente Bolsonaro fala sobre a dificuldade de trocar "gente da segurança nossa", sem citar a Polícia Federal, mas referindo-se a um funcionário "da estrutura" do Governo Federal.
É putaria o tempo todo para me atingir, mexendo com a minha família. Já tentei trocar gente da segurança nossa, oficialmente, e não consegui. Isso acabou. Eu não vou esperar foder minha família toda de sacanagem, ou amigos meus, porque não posso trocar alguém da segurança na ponta da linha — que pertence à estrutura nossa. Vai trocar! Se não puder trocar, troca o chefe dele; não pode o chefe dele? Troca o ministro. E ponto final. Não estamos aqui para brincadeira. Jair Bolsonaro
Após deliberação, o ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu pela quebra de sigilo do vídeo da reunião entre o presidente e seus aliados de governo.
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