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Tácio Muzzi assume PF no Rio após indicação de novo diretor-geral

Delegado Tácio Muzzi é o novo superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro - Tomaz Silva/Agência Brasil
Delegado Tácio Muzzi é o novo superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro Imagem: Tomaz Silva/Agência Brasil

Do UOL, em São Paulo

26/05/2020 08h25

O delegado Tácio Muzzi assumiu oficialmente ontem a superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro, cargo que teria sido motivo de interesse do presidente Jair Bolsonaro. A nomeação de Muzzi já era esperada após ele ser indicado pelo novo diretor-geral da PF, Rolando de Souza.

O nome do delegado apareceu em uma edição extra do Diário Oficial da União de ontem. A portaria é assinada por Tercio Issami Tokano, secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Tokano também assinou trocas em superintendências de vários outros estados.

Tácio Muzzi chega para substituir Carlos Henrique Oliveira, que foi nomeado como número dois da PF, assumindo o cargo de diretor-executivo. A mudança também veio com a chegada de Rolando de Souza ao comando da corporação.

O novo superintendente do Rio é visto como um nome que não estava na lista de indicados por Bolsonaro. Ele é bacharel em Direito pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), instituição na qual também fez mestrado e doutorado em Direito Empresarial.

Na carreira pública, foi procurador do Banco Central de 2000 a 2003, antes de ser aprovado no concurso da PF e se tornar delegado no Rio. No estado, foi chefe da Delegacia de Repressão à Corrupção e Crimes Financeiros e teve atuação nas primeiras fases da Operação Lava Jato.

Em 2017, foi nomeado diretor-adjunto do DRCI (Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional) do Ministério da Justiça, e no ano seguinte se tornou diretor-geral do Depen (Departamento Penitenciário Nacional), outro órgão ligado à pasta da Justiça.

Cargo motivou crise política

A troca na superintendência fluminense foi um dos motivos da disputa entre Bolsonaro e o então ministro da Justiça, Sergio Moro, que acabou deixando o governo e agora faz acusações de tentativas de interferência na Polícia Federal por parte do presidente. Sobre o comando no Rio, Moro afirmou que Bolsonaro pediu repetidas vezes para que ele pudesse escolher um novo nome.

A outra causa da disputa entre Moro e Bolsonaro foi o comando da PF, que era ocupado por Maurício Valeixo. Ele acabou sendo exonerado pelo presidente, sem a aprovação de Moro, e o ministro então definiu sua saída do governo no dia seguinte.

Na semana passada, a divulgação do vídeo de uma reunião ministerial ocorrida dois dias antes da saída de Moro comprovou a insatisfação de Bolsonaro com a atuação da Polícia Federal.