Topo

Esse conteúdo é antigo

Cônsul de Israel em São Paulo critica analogias de Weintraub com nazismo

Pelo segundo dia seguido, Weintraub comparou a política brasileira com o nazismo, gerando repúdio dentro da comunidade judaica - Adriano Machado
Pelo segundo dia seguido, Weintraub comparou a política brasileira com o nazismo, gerando repúdio dentro da comunidade judaica Imagem: Adriano Machado

Do UOL, em São Paulo*

28/05/2020 12h48Atualizada em 28/05/2020 18h15

O cônsul-geral de Israel em São Paulo, Alon Lavi, criticou hoje a postura do ministro da Educação, Abraham Weintraub, de relacionar a operação deflagrada ontem pela Polícia Federal (PF) contra bolsonaristas ao nazismo.

Em seu perfil no Twitter, o cônsul pontuou que o Holocausto foi "a maior tragédia da história moderna", quando pessoas foram "sistematicamente assassinadas pela barbárie nazista".

"Esse episódio [Holocausto] jamais poderá ser comparado com qualquer realidade política no mundo", disse Lavi.

Na publicação, o cônsul compartilhou uma nota de repúdio do Museu do Holocausto de Curitiba também direcionada a Weintraub sobre uma publicação que o mesmo fez ontem comparando a operação da PF e do Supremo Tribunal Federal (STF) com a Noite dos Cristais, quando sinagogas e propriedades de judeus foram atacadas em novembro de 1938, na Alemanha, durante o período nazista.

Hoje, Weintraub voltou a fazer analogias com o nazismo e a realidade política brasileira em seu perfil no Twitter.

"Primeiro, nos trancaram em casa. Depois, brasileiros honestos buscando trabalho foram algemados. Ontem, 29 famílias tiveram seus lares violados!", disse o ministro, mirando novamente a operação.

Hoje, a defesa do ministro entrou com recurso no STF para adiar seu depoimento no inquérito que apura um suposto crime de racismo cometido por ele contra chineses em um comentário em uma rede social. Ele seria ouvido no próximo dia 4 de junho, data que foi agendada pela PF.

Confederação Israelita manifesta repúdio

Hoje mais tarde, a Confederação Israelita do Brasil (Conib) condenou a atitude de Weintraub. Em nota, a entidade afirmou que "a comparação feita pelo ministro Abraham Weintraub é, portanto, totalmente descabida e inoportuna, minimizando de forma inaceitável aqueles terríveis acontecimentos, início da marcha nazista que culminou na morte de 6 milhões de judeus, além de outras minorias".

*Com informações da Agência Estado