Tratar fogos contra STF como ameaça é exagero, diz general do Clube Militar
O presidente do Clube Militar, general Eduardo José Barbosa, minimizou hoje a soltura de fogos de artifício feita por bolsonaristas em frente ao prédio do STF (Supremo Tribunal Federal), no último domingo (14). Para ele, o ato não é uma ameaça ao Supremo, e sim uma mensagem, e tratá-lo como um ataque à instituição é um "exagero".
"Estão escandalizando aquilo ali como se soltar fogos fosse uma ameaça. Mas caracteriza uma mensagem: 'Estamos de olho em vocês'. E cabe à população estar de olho em todo mundo, mesmo", disse o general durante o UOL Debate. Também participaram o ex-ministro do STF Carlos Ayres Britto e o colunista do UOL Reinaldo Azevedo, que mediou as discussões.
Barbosa se disse contra o protesto com fogos, que considerou uma "grande besteira", mas acrescentou que não há nada de mais em se manifestar, desde que pacífica e democraticamente.
O caso dos fogos, eu sou contra. Mas dizer que aquilo é uma ameaça? Se alguém para um carro com uma bomba dentro ao lado do STF, isso é uma ameaça.
Eduardo José Barbosa
Ele ainda comparou o ato a estacionar o carro em local proibido: é ilegal e quem o faz está sujeito a levar uma multa, mas não será julgado pela Lei de Segurança Nacional. "Não é crime. É crime se tiver uma bomba dentro [do carro]. A polícia poderia chegar e apreender os fogos", sugeriu. "O que não pode é soltar fogos em direção a uma pessoa. Isso é um atentado."
Simbolismo
Questionado sobre o significado por trás do ato com fogos, o presidente do Clube Militar citou um outro protesto, desta vez contra o Palácio do Planalto: no início da semana passada, um homem jogou tinta vermelha na rampa do prédio; depois, voltou ao local e gritou "genocídio!".
"Há pouco tempo, um maluco também passou em frente ao Palácio do Planalto e jogou tinta vermelha. O pessoal foi lá e prendeu o sujeito. Essa questão do simbolismo, eu concordo com o ministro [Ayres Britto]: choca a gente. Mas é um simbolismo que a gente tem que deixar de levar para o lado de exagero. Dá uma multa, não é uma coisa que a gente tenha que parar o país para resolver", disse.
Assista à íntegra no vídeo abaixo:
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