Wassef diz que deixa caso de Flavio Bolsonaro em ação que apura rachadinha
O advogado Frederick Wassef disse hoje que está saindo do caso do senador Flavio Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro, investigado no esquema de rachadinha em seu gabinete na Assembleia Legislativa do Rio. Em entrevista à rede CNN, Wassef disse ter contatado o senador e pedido para deixar sua defesa.
Além de Flavio, Wassef também é advogado de Bolsonaro e visitava com frequência o Palácio do Planalto. Ele é dono do imóvel onde foi preso o ex-assessor parlamentar Fabrício Queiroz, em Atibaia (SP), na última quinta-feira (18). Queiroz é peça-chave para a investigação da suposta rachadinha.
"Em nome do senador Flavio Bolsonaro, em nome do presidente da República, eu assumo total responsabilidade e estou saindo do caso Flavio Bolsonaro. Amanhã estarei substabelecendo, em primeira hora, sem reservas de iguais, para um outro colega advogado, e ficarei fora do caso". Ele não quis apontar o nome do próximo advogado.
Ele disse que o senador insistiu para que não deixasse o caso, mas que o faria para preservar a imagem do presidente. "Faço isso para que não me usem para continuar atacando injustamente e criminosamente o presidente da República e ao Flavio Bolsonaro", disse Wassef.
Segundo Wassef, sua imagem está sendo utilizada para atacar o presidente e, por isso, resolveu sair do caso. "Ainda que eu não tenha feito nada de errado, porque eu vou provar no dia que eu puder contar a íntegra. Ainda assim, eu digo: por todo e qualquer dano que eu tenha causado de imagem, eu peço desculpas e assumo aqui total responsabilidade".
Flavio cita 'lealdade e competência'
Flavio Bolsonaro comentou no Twitter sobre a saída de seu advogado: "A lealdade e a competência do advogado Frederick Wassef são ímpares e insubstituíveis. Contudo, por decisão dele e contra a minha vontade, acreditando que está sendo usado para prejudicar a mim e ao Presidente Bolsonaro, deixa a causa mesmo ciente de que nada fez de errado".
Wassef não explica presença de Queiroz em sua casa
Na mesma entrevista, mais cedo, Wassef —que nega ter qualquer contato com Queiroz— afirmou que soube algumas vezes da presença do assessor em seu imóvel em Atibaia (SP), mas disse que não o sabia no dia em que a prisão aconteceu. Ele garantiu que o presidente e Flavio nunca souberam desta informação.
Em várias entrevistas ao longo do fim de semana, Wassef afirmou que não mantinha contato com Queiroz e que não podia responder ainda por que o ex-assessor estava em uma casa de sua propriedade no interior de São Paulo, dando a entender que viria a esclarecer futuramente.
Quem é Fabrício Queiroz
Queiroz já foi policial militar e é amigo do presidente Bolsonaro desde 1984. Reformado na PM, trabalhou como motorista e assessor de Flávio, então deputado estadual pelo Rio.
Ele passou a ser investigado em 2018 após um relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) indicar "movimentação financeira atípica" em sua conta bancária, no valor de R$ 1,2 milhão, entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017. Queiroz foi demitido por Flávio pouco antes de o escândalo vir à tona.
O último salário de Queiroz na Alerj foi de R$ 8.517, e ele teria recebido transferências em sua conta de sete servidores que passaram pelo gabinete de Flávio. As movimentações atípicas levaram à abertura de uma investigação pelo MP-RJ.
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