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Witzel sobre fechamento de hospitais: "Tem que perguntar para o secretário"

26.mai.2020 - O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC-RJ), se pronunciou após buscas e apreensões da PF no Palácio das Laranjeiras - Wilton Junior/Estadão Conteúdo
26.mai.2020 - O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC-RJ), se pronunciou após buscas e apreensões da PF no Palácio das Laranjeiras Imagem: Wilton Junior/Estadão Conteúdo

Do UOL, no Rio

18/07/2020 18h07

Resumo da notícia

  • Governo anunciou fechamento de hospitais de campanha do Maracanã e São Gonçalo
  • "Tudo que fiz foi pautado na opinião de especialistas", disse Witzel sobre pandemia
  • Governador foi à Ceasa para assinar termo garantindo permanência da central no Irajá

Wilson Witzel (PSC), governador do Rio, se negou a responder a um questionamento sobre o fechamento dos hospitais de campanha, em visita hoje de manhã a um evento na Ceasa, em Irajá, zona norte do Rio. "Isso que você tem que perguntar para o secretário de saúde", disse, segundo O Globo, se referindo a Alex Bousquet, titular da pasta. Witzel ainda foi vaiado no local.

Ontem (17), o governo estadual anunciou o fechamento dos hospitais de campanha do Maracanã e de São Gonçalo. No mesmo dia, a Justiça do Rio determinou que as unidades devem seguir abertas para receber pacientes em meio à pandemia causada pelo novo coronavírus.

A decisão foi tomada pela juíza auxiliar Aline Maria Gomes Massoni da Costa, da 14ª Vara da Fazenda Pública, que atendeu a pedido feito pela Defensoria Pública e pelo MP-RJ (Ministério Público do Rio), que pediam que os pacientes não fossem transferidos.

Já o governo estadual tratou o assunto como um fechamento preventivo, já que o contrato da organização social Iabas com os funcionários se encerrou hoje.

"Tudo que fiz como governador para resolver o problema da pandemia foi pautado na opinião de especialistas", disse Witzel, que está sendo investigado por desvios de verba pública em meio à pandemia e enfrenta um processo de impeachment na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio).

"Se eu tiver que tomar medidas para responsabilizar quem tomou decisão errada, vou buscar outros especialistas. Quando fazemos um plano, existe sempre a possibilidade de erro. Fazendo uma avaliação da política de saúde, vislumbro que acertamos muito mais que erramos. E o que foi feito de errado tem que ser corrigido", complementou, ainda de acordo com O Globo.

O governador do Rio esteve no local para assinar um termo de compromisso garantindo que a Ceasa não será transferida para o município de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.

Defesa de Witzel quer barrar processo de impeachment na Justiça

A defesa de Witzel pretende recorrer ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) e ao STF (Supremo Tribunal Federal) para suspender o processo de impeachment que corre contra ele na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro).

O advogado Manoel Peixinho afirmou que esse será o próximo passo da defesa, caso não seja aceito o recurso da decisão liminar do TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro), que negou na última quarta-feira (15) um pedido de suspensão do processo de impeachment.

"A decisão [do TJ-RJ] é uma decisão liminar, cujo mérito ainda será julgado. Estamos estudando se cabe recurso dessa liminar. Caso não tenhamos uma vitória no TJ, vamos recorrer ao próprio STJ e Supremo. Ainda temos uma 'avenida de recursos à frente'. Estamos só começando essa luta", afirmou o advogado.

Prisão de ex-secretário

Edmar Santos, ex-secretário de Saúde do governo Witzel, foi preso no dia 10 deste mês em uma operação do MP-RJ (Ministério Público do Rio), por suspeita de integrar uma organização criminosa que fraudou contratos de compra de respiradores pulmonares, que são usados em pacientes com covid-19.

A ação foi um desdobramento da Operação Mercadores do Caos, que já tinha resultado na prisão do ex-subsecretário executivo Gabriell Neves, no início de maio. O MP-RJ também obteve junto à Justiça o arresto de R$ 36,9 milhões em bens de Edmar Santos, que seria o valor desviado em três contratos para a compra dos equipamentos médicos. Witzel também é investigado pela compra dos respiradores, mas no STJ.