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General Heleno: 'Não há nenhum projeto de criação de cargos para militares'

11.mai.2020 - O ministro-chefe do GSI, general Augusto Heleno - Wallace Martins/Futura Press/Estadão Conteúdo
11.mai.2020 - O ministro-chefe do GSI, general Augusto Heleno Imagem: Wallace Martins/Futura Press/Estadão Conteúdo

Colaboração para o UOL

20/07/2020 22h23

O ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), general Augusto Heleno, descartou a notícia divulgada hoje de que seriam criados novos cargos para militares no governo de Jair Bolsonaro (sem partido).

"Não existe nenhum projeto de criação de cargos para militares. O que acontece é um projeto antigo de atualização das gratificações. Havia um descompasso, servidores que vinham para a presidência da República, civis e militares, com atribuições quase idênticas, um era gratificado de uma forma e o outro, de outra forma, trazendo grande prejuízo para militares que vinham servir à presidência ou o Ministério da Defesa", afirmou à Rádio Jovem Pan.

O general acrescentou que o ajuste das gratificações não acarretará em aumentos de despesas para o governo.
"Não há mudança nos gastos para fazer cumprir essa nova tabela. É uma tabela que faz redução de cargos, ajuste nas gratificações para que haja uma igualdade e não há criação de cargos para militares. Isso é boato", complementou.

O general também comentou sobre as críticas do ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes, que associou as Forças Armadas a um "genocídio" na política de combate ao coronavírus.

"A fala do ministro Gilmar Mendes foi extremamente infeliz em uma comparação desbaratada em classificar as Forças Armadas e principalmente o Exército como sendo parceiras de um genocídio. Não faz nenhum sentido, já foi rebatido, colocado no seu devido lugar e é uma injustiça muito grande esquecer tudo que as Forças Armadas estão fazendo durante a pandemia, uma dedicação integral e um gasto bastante significativo de recursos humanos, materiais e financeiros para apoiar todas as ações ligadas à pandemia", disse.

O ministro ressaltou que é necessário também separar qualquer insinuação de que existiria uma 'ala militar' no governo.

"Desde o início houve a adoção por grande parte da imprensa de um termo que não faz sentido, há vários militares no governo Bolsonaro, mas não existe 'ala militar'. Nós, ministros que participamos do governo, jamais combinamos nossa participação em uma reunião, em uma decisão do presidente para ajustarmos as nossas ideias. Cada um tem a sua participação independente, tem as suas próprias convicções", salientou.

Heleno defendeu a participação de militares no governo e disse que é uma decisão "inteligente" de Jair Bolsonaro.

"O Brasil investe muito nos seus militares, então é interessante que esse conhecimento seja aproveitado. Não somos melhores do que ninguém, mas temos essa oportunidade e o país pode aproveitar isso. É bobagem achar que o governo é militarizado. Nós entramos no governo sem farda e, aqueles que chegaram ainda na ativa ficam completamente desligados. No momento que um militar, mesmo na ativa, se desliga de sua força, ele é completamente esquecido em termos de decisões que essa força vá tomar. Ele vai ser participante do governo e deixa de ser um integrante da força no governo, finalizou.

O governo Bolsonaro teve início em 1º de janeiro de 2019, com a posse do presidente Jair Bolsonaro (então no PSL) e de seu vice-presidente, o general Hamilton Mourão (PRTB). Ao longo de seu mandato, Bolsonaro saiu do PSL e ficou sem partido até filiar ao PL para disputar a eleição de 2022, quando foi derrotado em sua tentativa de reeleição.