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MPF sugere acareação entre Flávio Bolsonaro e Marinho em 21 de setembro

Marinho acusa Flávio de ter tido acesso antecipado a uma operação da PF contra Fabrício Queiroz - Dida Sampaio/Estadão Conteúdo
Marinho acusa Flávio de ter tido acesso antecipado a uma operação da PF contra Fabrício Queiroz Imagem: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo

Constança Rezende

Do UOL, em Brasília

18/08/2020 22h28Atualizada em 18/08/2020 22h54

O MPF (Ministério Público Federal) sugeriu para 21 de setembro a data da acareação (confronto de versões) entre o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e o empresário Paulo Marinho. Os dois ficarão frente a frente para falar ao MPF sobre as suspeitas de vazamento de informações da Operação Furna da Onça, realizada em novembro de 2018.

Em julho, Marinho já havia "provocado" Flávio e dito que estava à disposição do MPF para a acareação, bastando marcar hora, data e local. "Reafirmo tudo que relatei nos meus três depoimentos. Já o senador assumiu que esteve na minha casa na reunião do dia 13/12/18, mas não soube de nada. Francamente, senador!", escreveu o empresário em uma rede social.

Em nota, a defesa de Flávio informou ainda não ter sido intimada sobre o agendamento de qualquer ato processual, mas reforçou a "prerrogativa legal dos parlamentares federais de ajustar dia e hora da sua conveniência com as autoridades para a realização de depoimentos".

Entenda o caso

O empresário acusa o senador de ter tido acesso antecipado a uma ação da Polícia Federal contra seu ex-assessor parlamentar, Fabrício Queiroz. A denúncia de Marinho, feita em maio à Folha de S.Paulo, foi classificada por Flávio como uma "invenção de alguém desesperado e sem votos".

Marinho, que é presidente do PSDB no Rio de Janeiro, também é pré-candidato à prefeitura da capital fluminense.

O tucano já prestou três depoimentos, sendo dois à PF e um ao MPF. Flávio também falou ao MPF, e admitiu ter pedido e realizado uma reunião com Marinho em dezembro de 2018 — mas negou o vazamento de informações sobre a Operação Furna da Onça. Um trecho do depoimento do senador foi divulgado em 31 de julho pelo "Jornal Nacional", da TV Globo.

"É uma situação que vai acontecendo. A imprensa atirando pedra em mim, eu tinha que me defender, procurar um advogado. Foi essa a intenção (de se reunir com Marinho), porque o Marinho eu tinha a percepção de que era uma pessoa bem relacionada no mundo jurídico. Então fui consultá-lo pra ver se ele tinha uma pessoa para indicar", disse Flávio.