'Flávio Bolsonaro foi mentor de Witzel', diz Paulo Marinho
O empresário e pré-candidato à prefeitura do Rio de Janeiro, Paulo Marinho (PSDB), comentou sobre a relação do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) com o governador Wilson Witzel (PSC), afastado inicialmente por seis meses devido a irregularidades em contratos na saúde durante a pandemia do coronavírus. Marinho acredita que Flávio foi uma espécie de mentor do governador afastado.
"O Flávio foi o mentor do Witzel, ele acolheu o Witzel como seu candidato e ostentou essa candidatura, sou testemunha. O que não tem nada de errado porque naquela ocasião o Witzel era um candidato que ostentava o título de juiz, em um estado que estava abandonado por causa da corrupção, era até uma alternativa e a população entendeu que era, porque derrotou o Eduardo Paes, um político conhecido no Rio de Janeiro", disse à Rádio Jovem Pan.
O empresário ressaltou também que não acredita que Witzel tenha utilizado a polícia para investigar Flávio.
"Não acredito que o governador tenha se utilizado da polícia de maneira errada. Não tenho relação de amizade nem de conhecimento de longa data, mas na campanha ele já era aliado do Bolsonaro, se elegeu no vácuo do prestígio eleitoral do Bolsonaro, então existia um alinhamento político, identidade pessoal, até uma amizade entre eles", comentou.
E acrescentou: "A polícia do Rio de Janeiro é uma polícia que já vem de longe, só tem cobra criada. Ninguém vai embarcar em um projeto de um governador para depois ter que responder na Justiça por esses atos".
Marinho ainda disse que vê semelhanças políticas entre o governador Wilson Witzel e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
"Quando houve o rompimento, Witzel já chegou botando a faixa de presidente no segundo mês, assim como o presidente Bolsonaro no segundo mês anunciou que já era candidato a sua própria reeleição. Eles se parecem um pouco, têm semelhanças na maneira de encarar essa questão política", explicou.
Denúncia contra Flávio Bolsonaro
Questionado sobre as acusações feitas por ele de que Flávio Bolsonaro teria sido avisado antecipadamente pela Polícia Federal sobre a Operação Furna da Onça, que tinha como alvo o ex-assessor do senador, Fabrício Queiroz, Marinho revelou que pensou muito antes de falar sobre o assunto.
"Ninguém trata de um assunto desse impunemente, um assunto desse traz problemas. Tenho família, filhos, vivemos numa cidade como o Rio de Janeiro, não é cidade de amador. Temos milícia, uma porção de coisas envolvidas nessa história. Quando você faz uma revelação daquela, na condição de testemunha, você se expõe. Sou um homem responsável, inclusive pela segurança da minha família, pensei dez vezes", ressaltou.
Marinho explanou os motivos de ter aberto tardiamente o assunto.
"Primeiro a morte do meu saudoso amigo Gustavo Bebianno, que sabia dessa história, tinha a intenção de contar e ele morreu. Então pensei que precisava falar por ele. Depois, a saída do ministro Sergio Moro, que deu como motivo um eventual interesse do presidente Bolsonaro para interferir na superintendência da Polícia Federal do Rio de Janeiro. A minha história de uma certa maneira explica um pouco a questão do Moro. Quando o vi sair do governo sendo atacado pela família Bolsonaro, querendo destruir a reputação dele, cheguei à conclusão de que estava na minha hora de contar", pontuou.
Aproximação com Bolsonaro
Questionado se tentará uma reaproximação com Jair Bolsonaro para sua campanha no Rio de Janeiro, o empresário disse que nunca foi próximo do presidente e se declarou apenas como um "apoiador" da campanha.
"Nunca me afastei, simplesmente nunca fiz parte do grupo do Bolsonaro, nem familiar, nem íntimo e não pretendo agora na campanha. Estou fazendo a minha campanha, nossa discussão é a da cidade do Rio de Janeiro, acho que o presidente Bolsonaro tem muitos problemas para enfrentar no governo federal", finalizou.
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