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Novo expulsa Filipe Sabará após decisão unânime do Conselho de Ética

Filipe Sabará foi expulso do partido Novo na tarde de hoje - Divulgação
Filipe Sabará foi expulso do partido Novo na tarde de hoje Imagem: Divulgação

Do UOL, em São Paulo

21/10/2020 18h45Atualizada em 21/10/2020 22h21

O partido Novo anunciou, na tarde de hoje, a expulsão de Filipe Sabará, candidato à Prefeitura de São Paulo, de seu quadro de filiados. Não há efeito suspensivo da decisão, determinada pela comissão de ética da sigla, e não há como Sabará reverter o quadro.

Em nota, o Novo afirmou que a expulsão se deu por "inconsistências" no currículo de Sabará.

O Diretório Nacional informa ao Diretório Municipal e aos filiados da cidade de São Paulo que foi comunicado pela Comissão de Ética Partidária (CEP) da sua decisão, por unanimidade, pela expulsão de Filipe Sabará, referente ao Processo Administrativo Disciplinar PAD (2020/014), que tratou de inconsistências em seu currículo
Partido Novo sobre a expulsão de Sabará

Embora um recurso ainda possa ser apresentado ao diretório nacional do partido nos próximos dez dias, a sigla reitera que não há como voltar atrás na decisão.

Conforme Resolução Interna de nº 31, fica estabelecido o prazo de 10 dias corridos a partir da presente data para apresentação de recurso ao Diretório Nacional. O recurso não tem efeito suspensivo da decisão, de forma que Filipe Sabará está oficialmente expulso e não pertence mais ao quadro de filiados do Novo
Partido Novo sobre a expulsão de Sabará

Procurado, o TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo) afirmou que a situação da candidatura de Sabará à prefeitura paulista, se levada até a justiça eleitoral, será avaliada por um juiz. "Não podemos nos manifestar sobre um tema que pode vir a ser judicializado", disse a assessoria de imprensa do tribunal em nota.

Sabará: 'Não recuarei'

Horas após a decisão do partido, Filipe Sabará usou sua conta do Twitter para repudiar a expulsão. Ele acusou o ex-presidente da sigla, João Amoêdo, de persegui-lo e agir como "dono" do partido, além de afirmar que o conselho de ética "criou situações e 'aceitou' denúncias (todas falsas) para me expulsar".

Dessa vez, João Amoêdo e seus "capangas" pegaram uma pessoa honesta pela frente que não vai aceitar injustiças e que vai até as últimas consequências para que todos saibam a verdade
Filipe Sabará em post do Twitter

Sabará declarou que já recorreu e ganhou em diversas instâncias e disse que não desistirá de concorrer à prefeitura. "Não recuarei em hipótese alguma", escreveu.

Currículo, declaração de bens e Paulo Maluf

Em 23 de setembro, o conselho de ética do Novo anunciou a suspensão provisória dos direitos de filiado de Sabará, incluindo sua candidatura à Prefeitura de São Paulo. A decisão veio após um pedido de impugnação dele assinado por Kauan Gonçalves Viscardi, um filiado de Santa Catarina.

Elogios de Sabará a Paulo Maluf (Progressistas) e ao governo de Jair Bolsonaro (sem partido) dividiram opiniões dentro do partido. Além disso, ele retificou milhões de reais em declaração de bens no registro de candidatura (de R$ 15,6 mil para R$ 5,1 milhões) e teve uma informação acadêmica desmentida.

O material de campanha do partido Novo sobre a candidatura de Sabará informava que ele era aluno do curso de pós-graduação de Gerente de Cidades, da FAAP (Fundação Armando Álvares Penteado). No entanto, a instituição declarou que ele nunca fez o curso. Sabará e o Novo se acusaram mutuamente de divulgar a informação errônea.

Sabará disse, à ocasião da suspensão, ser alvo de perseguição de ala esquerdista do partido. Ele criticou Amoêdo, e afirmou que há "infiltrados" do MBL (Movimento Brasil Livre) dentro do Novo.

Estou sendo perseguido pelo João Amoêdo e por uma ala esquerdista minoritária do partido Novo, por ser uma pessoa de direita. As críticas são infundadas
Filipe Sabará, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo

TSE libera campanha

O ministro Luis Felipe Salomão, do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), concedeu no dia 1º de outubro uma liminar liberando a campanha de Sabará pelo Novo. Isso permitiu que ele participasse do primeiro debate entre os candidatos à prefeitura paulista, realizado no mesmo dia pela TV Bandeirantes.

A decisão era independente da ação que corria na comissão de ética do Novo, tanto que o partido manteve a análise e decidiu pela expulsão de Sabará.