Moro defende Constituição e culpa corrupção e irresponsabilidade fiscal
O ex-ministro da Justiça e da Segurança Pública Sergio Moro rebateu fala do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), que defendeu a realização de um plebiscito para que seja decidida a elaboração de uma nova Constituição. O deputado argumenta que a Carta Magna transformou o Brasil em um "país ingovernável".
No Twitter, Moro afirmou que "o que dificultou a governabilidade do Brasil nos últimos anos foi a corrupção desenfreada e a irresponsabilidade fiscal, não a Constituição de 1988 nem a Justiça ou o MP [Ministério Público]".
Ricardo Barros, que representa os interesses do governo federal na Câmara dos Deputados, disse em um evento mais cedo que a Constituição tornou o país "ingovernável", ao afirmar que o Brasil hoje tem uma "situação inviável orçamentariamente".
"Não temos mais capacidade de pagar nossa dívida, os juros da dívida não são pagos há muitos anos, a dívida é só rolada e com o efeito da pandemia cresceu muito, e esse crescimento nos coloca em risco na questão da rolagem da dívida", disse.
Emendas à Constituição, segundo ele, não são o suficiente. "A nossa Constituição, a Constituição cidadã, o presidente [José] Sarney já dizia quando a sancionou, que tornaria o país ingovernável, e o dia chegou, temos um sistema ingovernável, estamos há seis anos com déficit fiscal primário, ou seja, arrecadamos menos do que gastamos, não temos capacidade mais de aumentar a carga tributária, porque o contribuinte não suporta mais do que 35% da carga tributária, e não demos conta de entregar todos os direitos que a Constituição decidiu em favor de nossos cidadãos", afirmou.
Barros citou como exemplo o Chile, que foi às urnas ontem e definiu que uma nova Assembleia Constituinte deverá ser eleita para a criação de uma nova constituição do país.
"Eu pessoalmente defendo nova assembleia nacional constituinte, acho que devemos fazer um plebiscito, como fez o Chile, para que possamos refazer a Carta Magna e escrever muitas vezes nela a palavra deveres, porque a nossa carta só tem direitos e é preciso que o cidadão tenha deveres com a Nação", disse Barros, em um evento chamado "Um dia pela democracia".
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