Direita venceu eleições no Congresso, mas quem manda é esquerda, diz Guedes
O Ministro da Economia, Paulo Guedes, criticou hoje o funcionamento da Câmara dos Deputados. Na avaliação do ministro, apesar de a centro-direita vencer as duas últimas eleições na Câmara, com Rodrigo Maia (DEM), quem está comandado a casa é a centro-esquerda.
A declaração é mais um capítulo da guerra entre Maia e o governo federal no período final de mandado do presidente da Câmara.
"Tem uma desfuncionalidade no sistema hoje. Quem ganhou duas eleições seguidas, em 2018 e 2020, foi a centro direita. E quem comanda a pauta da Câmara é a centro esquerda. Não é razoável que o governo que ganhou duas eleições não comande. Ganhamos a primeira, presencial. E na segunda (eleições municipais de 2020), o eixo político em torno do qual o governo está se organizando, ganhou. Todos partidos, PP, PTB e PR subiram em participações", analisou Guedes.
O Ministro falou sobre o assunto quando foi perguntado sobre a eleição para presidente da Câmara dos Deputados. Ele disse que não está preocupado diretamente com a disputa entre Arthur Lira (PP) e um sucessor a ser indicado por Maia. Guedes acredita que ambos estão comprometidos com privatizações.
"Acho que a política vai corrigir essa desfuncionalidade. Das duas uma: Ou você consegue aprovar as pautas, ou o sistema continua desfuncional. Um grupo quer aprovar privatizações, mas não consegue aprovar, porque não são pautadas", declarou Guedes.
Depois o Ministro da Economia explicou que pretende priorizar 4 privatizações em 2021: Eletrobras, Correios, PPSA (Pré-Sal Petróleo S.A.) e Porto de Santos.
"São privatizações óbvias que já falei, que anunciamos. E disseram que 'ele anuncia, mas não cumpre'. Mas foi quando descobri que havia um pacto pra não pautar. Na hora que começamos a pedir apoio pra conseguir, começaram a chegar informações de que haveria um pacto na Câmara pra não pautar privatizações. Isso é uma desfuncionalidade: O governo de centro direito é eleito, a centro direita avança nas outras eleições, e um tema que é caro para centro direita, que é a privatização, não avança", concluiu.
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