Baleia quer oficializar nome à Presidência da Câmara na 4ª com apoio do PT

O deputado federal Baleia Rossi (MDB-SP) espera oficializar a candidatura à Presidência da Câmara nesta quarta-feira (6) com o apoio do PT. Baleia foi escolhido pelo grupo político do atual presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para sucedê-lo e ser o principal adversário de Arthur Lira (PP-AL), candidato encampado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Baleia já foi anunciado pelo bloco de Maia como candidato em 23 de dezembro, mas ainda não houve um ato de lançamento formal. Isso porque o grupo tem articulado obter o apoio da oposição e aguarda decisão do PT. A bancada do PT se reúne hoje à tarde para tratar do assunto e um anúncio é esperado até o final do dia.

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A intenção de Baleia é iniciar viagens em campanha pelo país na quinta (7). O roteiro das viagens de Baleia não está fechado, até porque também depende de uma decisão do PT e em quais estados será apoiado pela cúpula no poder local. Seu grupo enxerga como trunfo o fato de ter ao seu lado cerca de 15 governadores afiliados a partidos que estão em seu bloco. Em teoria, os mandatários estaduais trabalhariam para eleger Baleia no comando da Câmara. O número pode crescer de acordo com a posição do PT.

Lira prepara um tour nacional para conversar com os deputados em suas bases eleitorais e mira traições em partidos com bancadas rachadas.

Baleia tem o apoio de PSL, MDB, PSDB, DEM, Cidadania, PV e Rede, além da oposição, com exceção do PT e do Psol. Ambos os partidos ainda discutem a adesão a Baleia. Se realmente ficarem com ele, a estimativa é que o bloco conte com cerca de 280 deputados.

O bloco de Lira conta com PP, PL, PSD, Republicanos, Solidariedade, Patriota, Pros, PSC e Avante - o que representa cerca de 175 deputados federais. A perspectiva do grupo é que Lira consiga votos de integrantes do PSB, PSL, PSDB, PDT, Cidadania e do DEM - neste último caso, se o MDB também realmente sair com candidato próprio à Presidência do Senado.

PT cobra mais garantias de Baleia

Na semana passada, o PT cobrou mais garantias de que Baleia atenderá pedidos de interesse da oposição, como combater eventuais atos autoritários de Bolsonaro e não pautar privatizações de estatais, a autonomia do Banco Central e medidas que prejudiquem o meio ambiente.

O PT também pede que Baleia se comprometa a analisar as dezenas de pedidos de impeachment contra Bolsonaro parados hoje na Presidência da Câmara. Mesmo que não abra um processo, o partido quer que eles sejam estudados.

Em reunião com representantes da oposição, Baleia já aceitou não travar a instalação de CPIs (Comissões Parlamentares de Inquérito) e se comprometeu a respeitar o espaço regimental e institucional da oposição. Ou seja, não criar dificuldades.

Há cobranças ainda para que Baleia cumpra o respeito à proporcionalidade das bancadas no momento de indicações à Mesa Diretora, comissões e relatorias de propostas. Se embarcar na candidatura de Baleia, o PT deverá exercer influência sob a 1ª vice-presidência ou a 1ª secretaria.

Ala no PT questiona ainda o aval a um político do MDB - sigla de Eduardo Cunha, que possibilitou a abertura do impeachment contra Dilma Rousseff (PT), e de Michel Temer, que assumiu a Presidência da República após o processo.

Por isso, uma candidatura própria do PT ou junto a outros partidos da oposição não está descartada. Além do PT, o Psol também discute se lança um nome próprio. Uma possibilidade é que lancem um candidato para marcar posição no primeiro turno e, no segundo, se juntar a Baleia.