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Computador é achado em duto de ar-condicionado na Riotur em investigação

Polícia Civil vai investigar quem fazia uso do computador encontrado em um duto de ar condicionado na sede da Riotur, no Rio de Janeiro. O órgão é investigado por ser o suposto "QG da propina" da administração do ex-prefeito Crivella - Reprodução/RJTV
Polícia Civil vai investigar quem fazia uso do computador encontrado em um duto de ar condicionado na sede da Riotur, no Rio de Janeiro. O órgão é investigado por ser o suposto "QG da propina" da administração do ex-prefeito Crivella Imagem: Reprodução/RJTV

Do UOL, em São Paulo

11/01/2021 14h54

Um computador escondido em um duto de ar-condicionado na sede da Riotur foi encontrado hojo durante uma mudança no prédio, que fica na Cidade das Artes, no Rio de Janeiro. O órgão de turismo da cidade é investigado pela Operação Hades, que apura um esquema de propina na gestão do ex-prefeito Marcelo Crivella (Republicanos). Na investigação, a Riotur é chamada de "QG da Propina".

A Coordenadoria de Investigação de Agentes com Foro de Atribuição Originária da Polícia Civil foi acionada para o caso. Em nota enviada ao UOL, a Polícia Civil disse que foi realizada a perícia no equipamento e constatou-se que não havia nada no computador. "A coleta papiloscópica também foi feita e não foram encontradas impressões digitais. As investigações estão em andamento", afirmou.

O equipamento estava protegido por uma espuma e havia uma identificação da Prefeitura do Rio de Janeiro nele. O objetivo agora é identificar quem utilizava a máquina.

O computador estava em uma sala dos fundos, onde ficava a vice-presidência do órgão. No mesmo andar funcionava a presidência e salas da diretoria, uma delas seria ocupada por Rafael Alves, apontado como operador do esquema de propina.

A denúncia envolvendo o ex-prefeito aponta que ao menos R$ 53 milhões teriam sido arrecadados pelo suposto esquema através de empresas de fachada em nome de laranjas.

As investigações começaram a partir da delação do doleiro Sérgio Mizrahy, que relatou como funcionava o "QG da Propina" dentro da prefeitura carioca. No esquema supostamente comandado pelo prefeito, Alves, que não tinha cargo oficial na prefeitura, procurava empresas que queriam firmar contratos com o governo ou precisavam receber restos a pagar por serviços prestados. Para antecipar contratos ou pagamentos, era cobrado um porcentual de 3% a 5% em propina sobre os valores corretos.

Crivella e Alves foram presos preventivamente em uma operação conjunta da Polícia Civil e do Ministério Público do Rio no último dia 22 sob suspeita de operar o suposto esquema. Após ser encaminhado ao Presídio de Benfica, Crivella foi beneficiado por uma liminar expedido pelo presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça), ministro Humberto Martins, e colocado em prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica.