Talvez Bolsonaro reconheça erros que possa ter praticado, afirma Pacheco
O senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG) disse hoje que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) "talvez reconheça erros que possa ter praticado" durante a pandemia do novo coronavírus. Pacheco é o candidato à presidência do Senado apoiado por Bolsonaro e também por PT e PDT. A declaração foi dada durante o UOL Entrevista, conversa ao vivo conduzida pelo colunista Tales Faria e pela repórter Natália Lázaro.
"No final das contas, talvez o presidente reconheça eventuais erros que tenha praticado. Eu também serei capaz de reconhecer erros que o Parlamento possa ter praticado. O objetivo agora é encontrar um caminho comum de uso de máscara, isolamento social e tratamento apropriado para a doença", disse.
Pacheco ainda defendeu que o foco seja na vacinação e não os erros "do passado". "Que todos tenhamos em conjunto uma esperança grande e energia redobrada em torno da imunização do povo brasileiro", afirmou. "O foco agora é na vacinação e os erros do passado ficarão na história para serem corrigidos no futuro quando outras situações similares puderem acontecer".
Para o senador, a condução do governo em relação à pandemia teve pontos positivos e negativos.
O presidente tem sua personalidade, seu estilo próprio e suas convicções. Eu tenho as minhas. O que temos é que respeitar. [Bolsonaro] tem uma responsabilidade como presidente e quero crer que não se arrendará dessa responsabilidade.
Do outro lado da disputa pelo comando do Senado está Simone Tebet (MDB-MS), que conta com o apoio da maior bancada do Senado, com 15 parlamentares. Se eleita, ela será a primeira mulher a assumir a presidência da Casa.
Impeachment
Pacheco afirmou também que o presidente Jair Bolsonaro não cometeu crimes de responsabilidade que suscitem a abertura de um pedido de impeachment.
Não consigo depreender desses fatos [gestão do governo durante a pandemia] um crime de responsabilidade que suscite a necessidade do pedido de impeachment.
"Eu sou advogado, tenho grande apego aos princípios constitucionais, que não podem ser banalizados. O que digo em relação ao impeachment é que não temos um ambiente adequado para esse tipo de encaminhamento no momento".
Flávio Bolsonaro
Questionado sobre a possível abertura de um processo no Conselho de Ética da Casa contra o senador e filho do presidente da República, Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), Pacheco defendeu que Flávio deve ser tratado como um dos 81 senadores, não como filho de Jair Bolsonaro.
Ele é um senador da República, não pode ser tratado no ambiente do Senado nem para bem, nem para mal, como filho do presidente. Como senador, ele precisa ter o mesmo tratamento que os demais 80.
O senador ainda ressaltou que o Conselho deve agir com independência.
"O Conselho de Ética é um órgão que deverá agir com independência, imparcialidade, tanto para permitir à sociedade que venha um senador responder a eventuais fatos que sejam atribuídos a ele de índole disciplinar, mas também, permitir para os 81 senadores o direito de se defender sobre fatos que possam macular seus mandatos", afirmou.
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