Maia minimiza impacto de livro de Cunha a Baleia: 'esquerda sabe a verdade'
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), minimizou o impacto de detalhes do processo de impeachment em livro a ser lançado por Eduardo Cunha (MDB) à campanha de Baleia Rossi (MDB-SP) ao comando da Casa.
Em introdução do livro "Tchau, Querida", Eduardo Cunha - então presidente da Câmara, que acabou cassado - responsabilizou Rodrigo Maia, Baleia Rossi e Michel Temer (MDB) pelo impeachment de Dilma Rousseff (PT), segundo trecho publicado pela Folha de S.Paulo.
Questionado pela reportagem se o livro não pode prejudicar Baleia na reta final de campanha - a eleição está prevista para a próxima segunda-feira (1º) - num momento em que busca manter o apoio da esquerda, Maia defendeu que a publicação vai "ajudar" o candidato, pois "mostra o Eduardo atuando para o seu candidato".
"A esquerda sabe a verdade. O impeachment saiu da decisão do PT de votar contra o Eduardo no Conselho de Ética", afirmou.
Baleia Rossi busca segurar a esquerda ao seu lado para ter mais votos do que seu principal concorrente na disputa pela Presidência da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), candidato preferido do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Apesar de eventuais dissidências, Baleia conta com a preferência da oposição até o momento, menos do PSOL, que lançou Luiza Erundina (PSOL-SP) como candidata própria.
Tanto Baleia quanto Lira eram aliados de Cunha. Baleia ajudou na articulação para que Cunha se elegesse presidente da Câmara, em 2015. Lira foi um dos 10 deputados a votar contra sua cassação. Ambos votaram a favor do impeachment de Dilma.
Segundo Cunha, Baleia Rossi também teria atuado na cassação da ex-presidente e só não virou ministro de Temer porque respondia a acusações de fraude na merenda escolar de São Paulo. Portanto, teria preferido ficar na função de líder do MDB na Câmara, posição que ocupa até hoje e acumula com a presidência do MDB, diz no trecho.
Quando o PT decidiu apoiar Baleia Rossi à Presidência da Câmara, parte dos deputados federais do partido PT se opôs à ideia justamente por causa da ligação do candidato com o impeachment de Dilma Rousseff. A maioria, porém, preferiu ficar com o emedebista alegando que a aliança não reflete projeções para a eleição presidencial de 2022.
Em Recife, Baleia Rossi comentou o assunto com jornalistas em uma coletiva. "Acho que o ex-deputado Eduardo Cunha devia estar mais compenetrado na sua defesa. Não deveria estar fazendo qualquer tipo de análise política e muito menos campanha para o meu adversário", disse.
Procurada pelo UOL, a assessoria de Michel Temer informou que ele só vai comentar o conteúdo do livro de Cunha após lê-lo.
*Colaborou Kelli Kadanus, em Brasília.
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