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Lula: 'Fui vítima da maior mentira jurídica em 500 anos de história'

Lucas Borges Teixeira, Arthur Stabile e Felipe Oliveira

Do UOL, em São Paulo, e colaboração para o UOL, em São Paulo

10/03/2021 12h00

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou hoje ser "vítima da maior mentira" da justiça do Brasil na primeira coletiva após a anulação das condenações na Lava Jato, nesta manhã, no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo.

"Sei de que fui vítima da maior mentira jurídica contada em 500 anos de história [do Brasil]", afirmou o ex-presidente no dicurso, sobre o processo conduzido pelos procuradores da Lava Jato e sentenciado pelo ex-juiz Sergio Moro.

Segundo ele, a tensão de passar pelo processo de acusação por corrupção afetou sua família. "Sei que minha mulher Marisa morreu por conta da pressão e o AVC [Acidente Vascular Cerebral] se apressou", disse. Marisa Letícia morreu em 2017, antes da prisão do petista.

Essa é a primeira vez que Lula se posiciona depois de o STF (Supremo Tribunal Federal) anular os seus processos na Lava Jato. Na entrevista, o ex-presidente ainda falou sobre a morte do irmão, Genival Inácio da Silva, o Vavá, morto em 29 de janeiro de 2019. Ele foi impedido de comparecer ao enterro. "Eu fui proibido até de visitar meu irmão dentro de um caixão", lamentou.

Lula, no entanto, afirmou que a dor que sente "não é nada diante da dor de milhões de pessoas", se referindo à pandemia do novo coronavírus que atingiu o Brasil. "Não tem nada pior do que o cidadão saber que está desempregado e que no final do mês não vai ter um salário para sustentar sua família".

A coletiva ocorre no mesmo local em que ele foi recebido após ser liberado da Polícia Federal, em Curitiba, em novembro de 2019. Com a decisão de Fachin, Lula está livre para disputar eleições, mas não falou em 2022 no início do seu discurso, apesar de criticar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), em especial a atuação do Ministério da Saúde à frente da vacinação.

Outra análise no STF envolve a suspeição do então juiz Moro. Gilmar Mendes puxou a análise na 2ª turma e, no seu voto, atacou o ex-ministro e procuradores integrantes da força-tarefa da Lava Jato. A votação foi suspensa ontem.