Topo

Esse conteúdo é antigo

Protestos têm faixas com 'Bolsonaro genocida' após prisão de ativistas

Manifestantes estenderam uma faixa extensa em frente ao Palácio do Planalto, em Brasília, como crítica à atuação de Bolsonaro na pandemia - Dida Sampaio/Estadão Conteúdo
Manifestantes estenderam uma faixa extensa em frente ao Palácio do Planalto, em Brasília, como crítica à atuação de Bolsonaro na pandemia Imagem: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

19/03/2021 18h00

Manifestantes voltaram a fazer protestos hoje com faixas escritas "Bolsonaro genocida" após cinco ativistas terem sido presos ontem em Brasília por participarem de um ato semelhante. Na capital federal e em São Paulo, o coletivo Juntos promoveu protestos com críticas à atuação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no combate à pandemia de covid-19.

Em Brasília, os manifestantes estenderam uma grande faixa em frente ao Palácio do Planalto. O ato também teve pessoas segurando cruzes em referência aos mais de 287 mil mortos pela doença, segundo dados de ontem do consórcio de imprensa do qual o UOL faz parte.

"São quase 287 mil mortes no Brasil e o genocida segue atuando contra as medidas de isolamento e sem garantir vacinação no país", escreveu o perfil do coletivo Juntos no Instagram.

Já em São Paulo, o ato foi menor e estendeu uma faixa escrita "Bolsonaro genocida" em uma faixa de pedestres da Avenida Paulista, na região central da capital. Os atos, tanto em Brasília como em São Paulo, contaram com a participação de parlamentares do PSOL.

Os ativistas presos ontem eram ligados ao PT e foram detidos pela Polícia Militar quando faziam um protesto em frente ao Palácio do Planalto. Quatro deles foram liberados no mesmo dia, mas o militante Rodrigo Grassi, conhecido como Rodrigo Pilha, permaneceu preso por uma condenação anterior, de 2014, por desacato a autoridade.

genocida - Divulgação/Coletivo Juntos - Divulgação/Coletivo Juntos
Coletivo Juntos protestou hoje na Avenida Paulista, em São Paulo
Imagem: Divulgação/Coletivo Juntos

Todos foram presos com base na LSN (Lei de Segurança Nacional). A lei é de 1983, e foi promulgada durante o governo do general João Figueiredo, o último presidente da ditadura militar no Brasil. A LSN estabelece punições a crimes contra a segurança nacional e a ordem política e social.

Felipe Neto investigado por "Bolsonaro genocida"

O youtuber e influenciador digital Felipe Neto foi mais um a ser enquadrado na LSN por chamar o presidente da República de "genocida". Após o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) protocolar uma notícia-crime contra o youtuber, Felipe Neto começou a ser investigado pela Polícia Civil e chegou a ser intimado a depor.

O influenciador se livrou temporariamente da investigação ontem, quando conseguiu uma decisão liminar na Justiça suspendendo o processo. No entanto, Felipe Neto ainda pode ser investigado pela Polícia Federal, já que o inquérito só foi suspenso porque ficou entendido que a Polícia Civil fluminense não tinha atribuição legal para tocar o processo.

Autora da decisão judicial, a juíza Gisele Guida de Faria, da 38ª Vara Criminal, ainda viu "flagrante ilegalidade" praticada por Carlos Bolsonaro ao protocolar a notícia-crime contra Felipe Neto, já que o filho do presidente "não integra o Ministério Público, não é militar responsável pela segurança interna, nem é Ministro da Justiça".