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Onyx mantém post sobre nebulização de cloroquina, investigada após mortes

Onyx Lorenzoni mantém post sobre tratamento ineficaz mesmo após morte de paciente - Fátima Meira/Futura Press/Estadão Conteúdo
Onyx Lorenzoni mantém post sobre tratamento ineficaz mesmo após morte de paciente Imagem: Fátima Meira/Futura Press/Estadão Conteúdo

Colaboração para o UOL

14/04/2021 18h15

Mesmo após surgirem notícias e investigações sobre mortes relacionadas à nebulização de cloroquina, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Onyx Lorenzoni, manteve um post enaltecendo a prática. No vídeo da publicação, uma paciente aparece falando com a médica sobre o protocolo, e diz se sentir melhor. A legenda do ministro fala em "decisão da médica em conjunto com a paciente".

O post feito no último dia 20 de março, foi repostado 3.653 vezes e recebeu 10,9 mil curtidas, além de diversos comentários. Hoje, o jornal Folha de São Paulo mostrou a história da mulher, que acabou morrendo em Manaus.

Onyx Lorenzoni mantém post mesmo após morte de paciente - Reprodução/Twitter - Reprodução/Twitter
Post de Onyx Lorenzoni defendendo nebulização com cloroquina é mantido mesmo após morte de paciente
Imagem: Reprodução/Twitter

Segundo a reportagem do jornal, a médica responsável pela nebulização de hidroxicloroquina e também por espalhar o vídeo, é a ginecologista e obstetra paulistana Michelle Chechter, que atuou na capital do Amazonas com o marido, o também médico Gustavo Maximiliano Dutra.

O tratamento, experimental e sem comprovação de eficácia, é baseado no uso de um medicamento ineficaz no tratamento da covid-19 e de uso desaconselhado pela OMS (Organização Mundial de Saúde).

O marido da paciente que aparece no vídeo contou à Folha que a mulher estava em estado grave, após um parto de emergência e que, após realizar a nebulização, sofreu uma piora no quadro clínico e não resistiu em 2 março.

Outros casos em investigação

No Rio Grande do Sul, três pacientes que passaram pelo mesmo tratamento morreram no hospital Nossa Senhora Aparecida, em Camaquã (a 130 km de Porto Alegre). Todos eles receberam nebulização com uma solução de hidroxicloroquina diluída em soro. A médica responsável pelo procedimento foi demitida e denunciada ao Cremers (Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul) e ao MP-RS (Ministério Público do Rio Grande do Sul) alegando 17 supostas infrações.

Outro caso semelhante aconteceu em Caridade de Alecrim, a 540 km de Porto Alegre. Um paciente de 69 anos recebeu o tratamento, segundo a família, sem autorização deles, e morreu alguns dias depois. O MP investiga o caso também.